A Linha do Coutinho / Oliveira, Uma Narrativa — Capítulo Três

Este é o Capítulo 3 de 3, sendo o último capítulo que acompanha esta linhagem familiar. (De relembrar que, no total, existem 6 capítulos: o primeiro conjunto de 3 capítulos está escrito em inglês; o segundo conjunto de 3 capítulos está traduzido para português.

Cartaz de viagem de Jatos da Varig Airlines para a Bahia, por volta de 1960.
(Imagem cortesia da Librairie Elbé, Paris).

Um Lugar Completamente à Parte

As famílias Coutinho e Oliveira são famílias tradicionais católicas romanas brasileiras, descendentes de imigrantes portugueses. No entanto, o estado da Bahia, no nordeste do Brasil, para onde imigraram, é um local único, bastante distinto do resto do país. Há razões históricas para isso… (1)

O Catolicismo é a Religião Fundamental do Brasil

Segundo a tradição, a primeira missa católica celebrada no Brasil ocorreu a 26 de abril de 1500. Foi celebrada por um padre que chegou ao país juntamente com os piratas e exploradores portugueses para reivindicar a posse das terras recém-descobertas. A primeira diocese do Brasil foi erigida mais de 50 anos depois, em 1551.

A forte herança católica do Brasil remonta ao zelo missionário ibérico, cujo objetivo no século XV era difundir o cristianismo. As missões da Igreja começaram a dificultar a política governamental de exploração dos povos indígenas. Assim, em 1782, os jesuítas foram suprimidos e o governo intensificou o controlo sobre a Igreja. Atualmente, a Igreja Católica é a maior denominação religiosa do país, com 119 milhões de pessoas, ou 56,75% da população brasileira, a declarar-se católica em 2022. Estes números fazem do Brasil o país com a maior comunidade católica do mundo. Existe um vasto panteão de santos na tradição católica. (Wikipedia e Google)

Em cima, à esquerda: Exterior da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, Salvador. Canto superior direito: Fitas atadas à vedação que circunda a igreja. Leem ‘Lembrança do Senhor do Bonfim da Bahia’ e estão ligados à crença de verem os seus desejos atendidos. Em baixo: Vista interior da Igreja e Convento de São Francisco / Igreja e Convento de São Francisco.

Comentário: Há mais católicos romanos no Brasil do que em Itália, simplesmente porque a população do Brasil é muito maior do que a da Itália. Seria muito apropriado dizer que o catolicismo é uma religião institucionalizada na Bahia. Especificamente, as fontes citam que existem mais de 365 catedrais e igrejas históricas só em Salvador, na Bahia. (Uma para cada dia do ano — o que nos leva a pensar: e o dia 29 de fevereiro? Em vez de ir à igreja, todos ganham um dia de folga para ir à praia?) (2)

A Escravatura só Terminou Oficialmente em 1888

Durante o período do tráfico atlântico de escravos, o Brasil importou mais africanos escravizados do que qualquer outro país do mundo. Dos 12 milhões de africanos trazidos à força para o Novo Mundo, aproximadamente 5,5 milhões foram levados para o Brasil entre 1540 e a década de 1860. A escravização em massa de africanos desempenhou um papel fundamental na economia do país e foi responsável pela geração de vastas riquezas. Nos primeiros 250 anos após a colonização do território, cerca de 70% de todos os imigrantes que chegaram à colónia eram pessoas escravizadas.

A escravatura não foi legalmente abolida em todo o país até 1888, quando Isabel, Princesa Imperial do Brasil, promulgou a Lei Áurea. A Lei Áurea foi precedida pela Lei Rio Branco, de 28 de setembro de 1871 (Lei do Nascimento Livre), que libertou todas as crianças nascidas de pais escravizados, e pela Lei Saraiva-Cotegipe, de 28 de setembro de 1885, que libertou os escravos quando estes completassem 60 anos. O Brasil foi o último país do mundo ocidental a abolir a escravatura.” (Wikipedia, ver notas de rodapé).

À esquerda: Isabel, Princesa Imperial do Brasil, fotografada por Joaquim Insley Pacheco, cerca de 1870. À direita: Manuscrito da Lei Áurea do Arquivo Nacional do Brasil.

Candomblé e Sincretismo

Quando vivíamos na Bahia, por vezes assistíamos a partes de cerimónias de Candomblé realizadas num local chamado terreiro. Estes espaços sagrados são centrais para o Candomblé, servindo como local de culto comunitário, rituais e ligações com os espíritos ancestrais. Ambos achávamos notável que muitos Pai-de-santos ou Mãe-de-santos diferentes pudessem olhar para ti e dizer-te exatamente qual o Orixá que te estava a proteger. (E entre eles, em diferentes épocas e lugares, eram sempre os mesmos).

“O Candomblé desenvolveu-se entre as comunidades afro-brasileiras no meio do tráfico atlântico de escravos, entre os séculos XVI e XIX. Surgiu da fusão das religiões tradicionais africanas dos povos iorubá, bantu e fon, trazidas para a América do Sul, com o catolicismo romano, especialmente os santos católicos. Consolidou-se principalmente na região da Bahia durante o século XIX.” (Wikipédia e Altar Gods)

Uma das tradições religiosas centrais do Candomblé é a veneração dos Orixás, energias divinas associadas a diferentes elementos da natureza. Acredita-se que os indivíduos se identificam com um dos Orixás como o seu espírito tutelar. (Altar Gods)

Quando muitos escravizados chegaram à Baía durante a diáspora, encontraram os colonialistas portugueses católicos romanos que controlavam a região. De forma muito astuta, mantiveram as suas afiliações religiosas, ocultando secretamente os seus próprios santos, que estavam associados a santos católicos, como forma de preservar as crenças africanas apesar da conversão religiosa forçada. Isso chama-se sincretismo. Exemplo disso é o Orixá Ogun, que representa São Jorge, São Sebastião ou Santo António, dependendo da região. O Candomblé pode ser considerado uma religião não-institucionalizada na Bahia.

Imagem superior: Obra de arte contemporânea representando três Orixás. Inferior esquerda: Grupo de praticantes de Candomblé fotografados em 1902. (Ambas as imagens são cortesia de Altar Gods). Em baixo, à direita: Fotografia de família da festa de Iemanjá realizada todos os anos em fevereiro em Salvador, Bahia.

Em síntese, “o Candomblé é uma religião exclusivamente afro-brasileira, possibilitada pela mistura de tradições africanas, europeias e indígenas no Novo Mundo. O Candomblé é mais forte na Bahia, Brasil, um importante porto para a chegada de africanos. A sua principal cidade, Salvador, foi a primeira capital do Brasil. O primeiro terreiro de Candomblé foi construído em Salvador no século XIX, após a abolição da escravatura.” (Wikipédia) (4)

A Família Oliveira de Ubaitaba por volta de 1949-50. Da esquerda para a direita: Raynelde Dantas Motta, Laura (Oliveira) Motta, Lourdes Oliveira, João Celestino de Oliveira, Maria (Almeida) de Oliveira, Lindaura de Almeida Oliveira e José Oliveira. (Foto de família).

A Família Oliveira de Ubaitaba

Ubaitaba é uma pequena cidade ribeirinha localizada num trecho remanescente da Mata Atlântica antiga, no estado da Bahia, entre as cidades de Salvador e Ilhéus. Esta região “era anteriormente habitada por povos indígenas [Tupi] até à chegada dos colonizadores portugueses. Após o contacto com os portugueses e o estabelecimento das Capitanias do Brasil pelo Rei Manuel I de Portugal a partir de 1504, o território do município passou a fazer parte das terras da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. A vila de São Jorge dos Ilhéus foi fundada em 1536 como Vila de São Jorge dos Ilhéos. O nome moderno de Ubaitaba tem origem na língua Tupi.

Ao longo do século XVIII, desenvolveu-se a Capitania de São Jorge dos Ilhéus e estabeleceram-se quintas ao longo da costa da vasta região. A origem da vila está relacionada com a criação das fazendas do Arraial de Tabocas e do Arraial de Faisqueira (em 1783), área então utilizada para a extração de madeira, cultivo de cana-de-açúcar, cereais e cacau.

This is a excerpted portion of the General Map of Brazil published in January 1911, and organized by the company Hartmann-Reichenbach. The red lines are railways. (Map image courtesy of Mapas Históricos da Bahia).

A 28 de janeiro de 1914, uma cheia destruiu o Arraial de Tabocas, dispersando a sua população. Coordenados pelo médico Francisco Xavier de Oliveira, residente na aldeia, as vítimas reconstruíram a aldeia, erguendo-a acima das águas. O nome escolhido foi Itapira. [Este nome foi alterado para] Ubaitaba, concedido em 1933, uma combinação das palavras indígenas “ubá, que significa canoa pequena, ‘y’, que significa rio, e ‘taba’ que significa vila/cidade.

Ao analisar as poucas fotografias históricas disponíveis da cidade, percebe-se que o traçado é constituído por duas ruas paralelas que acompanham a margem do rio. Entre as duas ruas, encontra-se um amplo meridiano arborizado, com a Igreja Católica numa das extremidades da cidade. As lojas e comércios têm um ou dois andares e estão virados para a rua. Fornecemos esta descrição porque a família Oliveira possuía um armazém em Ubaitaba, do tipo então conhecido por mercearia.

À esquerda: Uma das duas ruas principais da cidade de Ubaitaba, na Bahia, no século XIX. À direita: a igreja que marcava o fim das ruas. O mercado geral, “mercearia”, gerido pela família Oliveira, situava-se provavelmente em algum lugar ao longo desta rua e poderia ter sido semelhante ao apresentado na fotografia inferior. (Para créditos das fotografias, ver notas de rodapé).

Antes do aparecimento das grandes cadeias de retalho, as mercerias gerais serviam como lojas de bairro essenciais, onde as pessoas podiam comprar uma variedade de produtos do dia-a-dia, funcionando como um ponto central nas comunidades locais. Vendiam uma grande variedade de produtos básicos e importados, incluindo artigos essenciais como arroz, feijão e açúcar, bem como produtos indispensáveis ​​como sabão e fósforos, e uma seleção de alimentos e bebidas importadas. Também ofereciam produtos locais, como café, queijo e fruta.

Algumas mercearias raras ainda existem até hoje, mas este nome evocativo em particular deu lugar ao nome bastante genérico e universal de mini-mercado. (Pense em bilhetes de lotaria, cigarros, um pacote de leite e talvez alguns snacks, ou donuts). Nesta era moderna do Walmart em que vivemos, existem poucos lugares nas comunidades locais onde se pode entrar numa pequena loja familiar e todos saberem o seu nome.

À família de Oliveira…
Podemos começar por Manoel Celestino de Oliveira, nascido (provavelmente) no Brasil. Casou com Rita Celestino de Oliveira. Tiveram um filho, cujo nome é —

João Celestino de Oliveira, nascido a 6 de novembro de 1890 — em Maceió, Alagoas (estado) faleceu a 25 de novembro de 1968, em Ubaitaba. Casou duas vezes: primeiro com Eufrosina Souza Oliveira, até à sua morte antes de 1925. Tiveram um filho.

Em segundo lugar, casou com Maria de Almeida em 1925. Nasceu a 20 de março de 1900 em Maracás — faleceu a 5 de outubro de 1968, em Ubaitaba. Tiveram mais quatro filhos. Os pais de Maria de Almeida eram: Cândido Olegário de Almeida e Balbina Olegário.

Juntos, João Celestino de Oliveira e Maria de Almeida criaram 5 filhos. Todos os nascimentos e óbitos ocorreram na Bahia, Brasil, salvo indicação em contrário:

  • Agostinho Celestino de Oliveira, nascido a 13 de Agosto de 1919 — falecido a 12 de Abril de 1983. (A sua mãe biológica foi a primeira mulher Eufrosina Souza Oliveira). Casou com Ana Eusátquio de Souza a 24 de abril de 1944.
  • Lindaura de Almeida (Oliveira) Coutinho, nascida a 24 de outubro de 1927 em Ubaitaba — falecida a 19 de junho de 2020 em Salvador. (Lindaura leva a linhagem familiar mais longe. Veja o seu cônjuge e filhos abaixo).
  • Laura de Almeida (Oliveira) Motta, nascida a 27 de março de 1929. Casou com Raynelde Dantas Motta, a 30 de março de 1949.
  • José Celestino de Oliveira, nascido a 20 de dezembro de 1937 — falecido em 1992. Casou com Nidia Maria Amado de Oliveira em maio de 1968.
    Era prima do querido romancista brasileiro Jorge Amado (ver notas de rodapé).
  • Maria Lourdes de Almeida (Oliveira) Cunha, nascida a 11 de Novembro de 1938. Casou com Humberto Olegário da Cunha a 28 de Dezembro de 1965. (5)
Paulo de Azevêdo Coutinho, cerca de 1966, e
Lindaura Almeida (Oliveira) Coutinho, cerca de 1950.
(Fotos de família).

“Nem imaginas o quanto senti a tua falta…”

Antes de se casarem, Paulo e Lindaura trocaram cartas durante cerca de dois anos, até ficarem noivos em setembro de 1950. (Nessa altura, as cartas eram a única forma de comunicação. Os telefones residenciais ainda eram uma novidade e bastante caros no Brasil daquela época). Nenhuma destas cartas de namoro sobreviveu, mas algumas outras foram preservadas. Ao analisá-las, notamos a ternura com que ainda escrevia à sua mulher, Lindaura, mesmo muitos anos após o casamento. Numa carta de 1968 (que incluímos nas notas de rodapé), lemos estas palavras —

11 de abril de 1968

Minha querida Lindaura,

Saúde, juntamente aos nossos queridos filhos.

Estou arranjando as coisas para que possa vir no início de maio. Rivaldo conseguiu uma casa na Piranga, mas tem que fazer grandes reformas. Não pagarei aluguel, nem concerto.

Acho que na Piranga, os nossos filhinhos não extranharão muito o clima de Piranga. Breve lhe escreverei, carta mais minuciosa. Não calcula você, o quanto de saudade tenho sentido. Muitos beijos para os nossos filhos. Saudoso abraço do seu Paulo.

PS: A gratificação vai ser compensadora. NBR$ 500,00. Se a camioneta da “Ritom” não chegar até o dia 17 deste, mandarei os vestidos de Maria Celeste de avião.

Fotografia do seu casamento em março de 1952. (Family photograph).

Paulo de Azevêdo Coutinho, nascido a 29 de junho de 1919 em Lençóis — falecido a 28 de novembro de 1990 em Salvador. Casou com Lindaura Almeida de Oliveira a 19 de março de 1952 em Ubaitaba. Nasceu a 24 de outubro de 1927 em Ubaitaba — faleceu a 19 de junho de 2020 em Salvador.

O casal teve cinco filhos, como se descreve abaixo. Todos os nascimentos e óbitos ocorreram na Bahia, Brasil, salvo indicação em contrário:

  • Maria Celeste Oliveira Coutinho, nascida a 14 de julho de 1953 em Salvador. Casou com Bernardino Dantas de Santana, em 28 de Julho de 1989, (termina) data desconhecida.
  • Maria Angela Oliveira (Coutinho) Martins Bass, nascida a 11 de Abril de 1955 em Salvador. Casou duas vezes, a primeira vez com Antonio Martins Jr., 1985 — (termina) antes de 2002. Casou a segunda vez com Robert Bass, 2002 — 2010, (a sua morte). Morreu no condado de Sarasota, Flórida, Estados Unidos.
  • Maria Cristina Oliveira (Coutinho) Pinheiro, nascida a 27 de maio de 1961 em Ilhéus. Casou com Antonio Carlos Marques Pinheiro, em 1983. Tiveram dois filhos.
  • Paulo Emilio Oliveira Coutinho, nascido a 17 de setembro de 1963 em Ilhéus. Casou uma vez, primeiro com Marizela Cardoso Sales, 1991 — (termina) antes de 2009. Tiveram dois filhos. Em segundo lugar, juntou-se a Sonia Alves Silva Chagas, em 2023. Têm um filho.
  • Leandro José Oliveira Coutinho, nascido a 30 de setembro de 1965 em Ilhéus. Casou com Thomas Harley Bond em 26 de Junho de 2008.

Antes de conhecer Lindaura Almeida Oliveira, Paulo de Azevêdo Coutinho manteve uma relação anterior com uma mulher de nome Zulmira Silva. Embora nunca tenham se casado, e ela tenha falecido em 1952, desta união nasceram dois filhos, meios-irmãos da família (em cima). Paulo foi então pai de sete filhos.

À esquerda: Paulo, Lindaura, e Sonia Coutinho, cerca de 1950. À direita: Newton numa fotografia escolar, cerca de 1954. (Fotografias de família).
  • Sonia Maria De Azevêdo (Coutinho) Costa, nascida a 5 de novembro de 1942, em Salvador. Casou com Jorge Augusto de Oliveira Costa em 1969. Tiveram dois filhos.
  • Newton de Azevêdo Coutinho, nascido a 25 de setembro de 1944 — falecido a 27 de maio de 2000, ambos em Salvador. Casou com Titê _____ em 1971. Tiveram uma filha. (6)
Edição de 21 de julho de 1967 do jornal Diário de Itabuna:
“Com a presença do presidente da Câmara José de Almeida Alcântara, vereadores, autoridades e imprensa, o coronel Paulo Coutinho tomou posse como chefe da polícia de Itabuna ontem às 15h00. Durante o seu discurso (foto), o presidente da Câmara Alcântara (na foto) enfatizou a necessidade de ‘um combate mais eficaz ao infame jogo do bicho [um jogo ilegal de números, ver notas de rodapé], que é abertamente desenfreado na cidade”. (Fotografia de família).

Coronel Paulo Coutinho

A fotografia acima, tirada num jornal, mostra o Coronel Paulo Coutinho como o recém-empossado Chefe de Polícia de Itabuna, em Julho de 1967. O homem animado, gesticulando com o braço, é José de Almeida Alcântara, o presidente da Câmara local, que parece bastante incomodado com as actividades de um jogo ilegal de números chamado Jogo de Bicho. Este era um jogo extremamente popular e, ao mesmo tempo, extremamente ilegal. Explorava pessoas que simplesmente não tinham condições para jogar. Segundo a Wikipédia: “Diz-se que o jogo se popularizou porque aceitava apostas de qualquer valor, numa época em que a maioria dos brasileiros lutava para sobreviver a uma profunda crise económica. ‘Se vir duas cabanas perdidas algures no interior’, observou certa vez um diplomata brasileiro, ‘pode apostar que um bicheiro [alguém ligado ao jogo] vive numa delas e um apostador assíduo na outra’”.

Era dever do Coronel Coutinho reprimir a operação ilegal. Esta era uma oportunidade para alguém na sua posição aceitar subornos e dinheiro por baixo dos panos para fazer vista grossa, mas nunca o fez. Até hoje, a sua família afirma categoricamente que ele era aquilo que se poderia descrever como um homem íntegro, que acreditava que viver uma vida honesta era melhor do que ascender através da corrupção. (E isto durante a era de uma ditadura militar repressiva, da qual a sua família também afirma que ele se manteve afastado).

A designação Polícia Militar só foi padronizada em 1946, durante o governo de Getúlio Vargas, com a nova Constituição de 1946, após o período Vargas do Estado Novo (1937-1945), que tinha como objetivo limitar a capacidade militar das Forças Armadas para que estas se concentrassem exclusivamente nas suas funções policiais. Historicamente, no Brasil, Após a Segunda Guerra Mundial, a Polícia Militar tornou-se uma força policial mais tradicional, semelhante à gendarmaria, subordinada aos estados’. Os gendarmes raramente são mobilizados em situações militares, exceto em missões humanitárias no estrangeiro. Num país como os Estados Unidos, as forças armadas e a polícia actuam de forma separada em termos de interacção com a comunidade.” Portanto, para quem não é brasileiro, este termo pode ser enganador.

“De acordo com o artigo 144.º da Constituição Federal, a função da Polícia Militar é servir como uma força policial visível e preservar a ordem pública. [Ela] está organizada como uma força militar e tem uma estrutura hierárquica militar. O comandante da Polícia Militar de um estado é geralmente um Coronel. O comando está dividido em regiões policiais, que mobilizam batalhões e companhias policiais.” (Wikipédia)

O Coronel Coutinho trabalhou em várias comunidades diferentes durante a sua carreira: Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, e Salvador. Algumas destas missões separaram-no, por vezes, da sua família em crescimento por períodos de tempo. (7)

A casa dos Coutinho quando viviam em Ilhéus, na Bahia, situada na Rua Almiro Vinhas, 13.

Vivendo em Ilhéus e depois em Piranga

A família Coutinho era uma família de classe média numa época no Brasil em que existiam muito poucas famílias deste perfil. De facto, das décadas de 1950 a 1980, a classe média era muito pequena. Depois, as coisas começaram a mudar com o avanço da democracia e a prosperidade económica. A classe média representava 15% da população brasileira no início da década de 1980 e abrange agora quase um terço dos 190 milhões de habitantes do país. Este crescimento deve-se ao bom desempenho económico do Brasil nos últimos anos, às políticas de redução da pobreza, às novas oportunidades de emprego e a uma força de trabalho mais qualificada. (World Bank Group)

A família Coutinho, cerca de 1967. Primeira fila, da esquerda para a direita: Paulo e Cristina. Segunda fila, da esquerda para a direita: Ângela, Celeste, Lindaura, Paulo pai, e Leandro.
(Fotografia de família).

Por volta de 1969, a família mudou-se para a região norte da Bahia durante um ano, vivendo em Piranga, na fronteira norte do estado. Como escreveu Paulo numa carta a Lindaura em Abril de 1968: “O bónus valerá a pena. R$ 500,00”. Isto indica-nos que a mudança para o norte se deveu provavelmente a uma promoção na carreira de Paulo, que passou a coronel da Polícia Militar.

Trata-se de um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911. Piranga é um pequeno município situado nas margens do rio São Francisco, no alto estado da Bahia. (Imagem do mapa cortesia de Mapas Históricos da Bahia).

A comunidade de Piranga é um pequeno município e um subúrbio de Juazeiro, que “está geminada com Petrolina, no estado [adjacente] de Pernambuco. As duas cidades estão ligadas por uma ponte moderna que atravessa o rio São Francisco. Juntas, formam a região metropolitana de Petrolina-Juazeiro, um conglomerado urbano de cerca de 500.000 habitantes”. (Wikipédia) A família regressou a Ilhéus antes de se mudar finalmente para Salvador em 1970. (8)

Pensando em Helena e Maria

Observação: Quando vivi pela primeira vez em Salvador, na Bahia, fiquei surpreendido com a enorme quantidade de pessoas que tinham outras disponíveis para trabalhar como empregadas domésticas. Como criança americana de classe média, isto não era algo remotamente acessível para nós. Tínhamos sempre muitas tarefas para fazer, para além de todas as outras responsabilidades que tínhamos enquanto adolescentes. — Thomas

“O fim da escravatura em 1888 não foi acompanhado de qualquer plano para integrar os ex-escravos negros numa sociedade capitalista baseada no trabalho remunerado. Embora fossem oferecidos empregos remunerados aos europeus que emigraram para o Brasil depois disso, para muitas mulheres negras pobres e sem instrução, a única possibilidade era continuar a trabalhar como empregadas domésticas”. Como recorda o escritor Mike Gatehouse: ‘As mulheres… viviam num pequeno quarto na zona de serviço do nosso apartamento. Isto era comum para todas as minhas amigas, como tinha sido para os nossos pais. Durante esses anos, as tarefas domésticas nunca fizeram parte da minha rotina ou algo com que tivesse de me preocupar. A casa funcionava como um hotel, onde os quartos eram limpos, as roupas lavadas e as refeições apareciam como que por magia.’” (LAB — Latin American Bureau, ver notas de rodapé.)

Cerca de 1970, Paulo foi novamente promovido. Este levou a família à cidade costeira de Salvador, no bairro de Canela.

Em Ilhéus, Piranga e Salvador, Helena desempenhou o importante papel de auxiliar doméstica. Viveu com a família Coutinho até aos 21 anos e ajudou a cuidar das crianças. Além disso, uma outra mulher chamada Maria assumia a função de empregada doméstica, mas não vivia na casa.

À esquerda: A casa dos Coutinho quando viviam em Salvador, Bahia, situada no Edifício Júpiter,
Avenida Sete de Setembro, 2155, no bairro da Vitória. À direita: Helena, com Leandro.
(Fotos de família).

Em 1975, mudaram-se pela última vez para uma nova casa num moderno arranha-céus chamado Edifício Júpiter, localizado no famoso Corredor da Vitória. (No Brasil, é muito comum identificar os edifícios pelo nome, em vez da morada). Este edifício e o bairro vizinho de Vitória proporcionavam à família um fácil acesso a comodidades, boas escolas para os filhos e, muito importante, segurança, durante um período de grande tensão no Brasil. Lindaura, a mãe da família, viveu no Edifício Júpiter durante 45 anos.

Mapa da cidade de Salvador, Brasil. A área circulada a verde engloba os bairros da Canela e da Vitória, onde residia a família Coutinho.
(Imagem cedida por Geographicus Rare Antique Maps).

“Com menos de um quilómetro de extensão, o Corredor da Vitória alberga o Museu de Arte da Bahia, o Museu Carlos Costa Pinto e o Museu Geológico da Bahia. Vitória é uma das áreas urbanas mais valorizadas do Nordeste do Brasil.” (Wikipédia)

Leandro recorda-se das muitas mangueiras e das grandes casas antigas que ainda ladeavam a rua. Por vezes, com o falecimento das famílias mais antigas, as suas casas e jardins eram abandonados e deterioravam-se. (A maioria destas casas acabou por ser demolida para dar lugar a modernos prédios de apartamentos). Até hoje, conta histórias de como a sua paixão pelas mangas o levava a invadir estes antigos jardins, a subir às árvores e a sair furtivamente com um cacho de mangas frescas. (9)

A Culpa é da Bossa Nova

Quando eu e o Leandro nos conhecemos, foi um verdadeiro encontro entre a América do Norte e a América do Sul, porque o inglês dele não era muito bom e o meu português era inexistente. (Tinha vivido na Alemanha na década anterior e, antes disso, na França, pelo que o seu francês e alemão eram bastante bons). Como norte-americano, eu era (e ainda sou, em certa medida) um grande contraste com a sua capacidade linguística. Sempre me impressionou a facilidade com que transita fluentemente para outras línguas em jantares.

Inicialmente, nessa altura, pensei no que sabia sobre o Brasil, e a resposta era: não muito. Quando eu era rapaz, o Brasil mergulhou num regime militar repressivo e simplesmente não havia notícias sobre isso nos jornais locais. Quando a democracia regressou ao Brasil entre 1985 e 1988, ninguém que eu conhecesse prestou muita atenção, embora estivéssemos conscientes desta mudança.

Como a maioria dos americanos, se sabia alguma coisa sobre o Brasil, era basicamente Carmen Miranda e alguns êxitos de bossa nova nas rádios. A Sra. Miranda era famosa por usar um chapéu de banana nos filmes, sempre linda (e parecendo divertir-se imenso a fazê-lo). A música Bossa Nova foi depois traduzida para inglês para agradar ao público americano (e, claro, para vender mais discos).

A maioria de nós conhecia o êxito “Garota de Ipanema”, que ouvíamos nos rádios AM a pilhas. Influenciada pela música, a banda Sergio Mendes & Brazil ’66 era extremamente popular em meados da década de 1960 (na altura em que Leandro nasceu). Aliás, eram tão famosos que ainda me lembro perfeitamente de estar num campo enlameado em Newbury Township, Ohio, depois de uma tempestade, quando tinha uns 10 anos. Assisti à banda marcial da Newbury High School a tocar uma versão muito boa da música Mas Que Nada (que, ironicamente, era cantada em português). Diria que era de dar vontade de bater o pé ao ritmo, mas as minhas botas estavam atoladas na lama.

Mas Que Nada interpretada por Sergio Mendes e Brasil ’66.

Para Leandro e a sua família, os Coutinhos e os Oliveiras — passados ​​muitos e muitos anos, a vida completou um ciclo, pois regressámos à terra ancestral dos seus antepassados. Vemos o mundo através das nossas lentes modernas, pensando sempre naqueles que aqui viveram antes de nós. Para esta família, invertemos o rumo da sua imigração passada, pois agora vivemos em Lisboa, Portugal. (10)

— Thomas

A seguir são apresentadas as notas de rodapé para os Materiais de Fonte Primária, Notas e Observações

Um Lugar Completamente à Parte

(1) — um registos

Librairie Elbé Paris
Jets to Brazil, Varig Airlines cartaz de viagem
por artista desconhecido, cerca de 1960
https://www.elbe.paris/en/vintage-travel-posters/1618-vintage-poster-1960-jets-brazil-varig-airlines.html
Nota: Para a arte do cartaz vintage.

O Catolicismo é a Religião Fundamental do Brasil

(2) — quatro registos

Catholic Church in Brazil
(Igreja Católica no Brasil)
https://en.wikipedia.org/wiki/Catholic_Church_in_Brazil
Nota: Para o texto.

Alguns santos do panteão Católico romano.

Estátuas de Santos em Ouro Preto, Minas Gerais
por Fotógrafo desconhecido
https://en.wikipedia.org/wiki/Catholic_Church_in_Brazil#/media/File:-i—i-_(6288973445).jpg
Nota: Para a fotografia acima

Afar
The São Francisco Church e Convent
Igreja e Convento de São Francisco

https://www.afar.com/places/igreja-e-convento-de-sao-francisco-salvador
Nota: Para a fotografia.

Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, Salvador
https://en.wikipedia.org/wiki/Church_of_Nosso_Senhor_do_Bonfim,_Salvador
Nota: Para o texto explicativo “Lembrança do Senhor do Bonfim da Bahia”

A Escravatura só Terminou Oficialmente em 1888

(3) — quatro registos

Escravatura no Brasil
https://en.wikipedia.org/wiki/Slavery_in_Brazil
Nota: Para o texto.

Isabel, Princesa Imperial do Brasil
https://en.wikipedia.org/wiki/Isabel,_Princess_Imperial_of_Brazil
Nota: Para referência.

Isabel, Princesa Imperial do Brasil
fotografado por Joaquim Insley Pacheco, cerca de 1870
https://en.wikipedia.org/wiki/Isabel,_Princess_Imperial_of_Brazil#/media/File:Isabel,_Princesa_do_Brasil,_1846-1921_(cropped).jpg
Nota: Para o retrato dela.

Lei Áurea
https://en.wikipedia.org/wiki/Lei_Áurea
Nota: Para a imagem do documento.

Candomblé e Sincretismo

(4) — três registos

Ilustração Carybé do Orixa Yemanjá.
(Imagem cortesia do Pinterest).

Candomblé
https://en.wikipedia.org/wiki/Candomblé
Nota: Para o texto e a fotografia histórica de 1902.

Altar Gods
Candomble: Afro-Brazilian Faith and the Orixas
(Candomblé: A Fé Afro-Brasileira e os Orixás)
https://altargods.com/candomble/candomble/
Nota: Referente ao texto e às obras de arte.

A Família Oliveira de Ubaitaba

(5) — cinco registos

> A fotografia de família nesta secção faz parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Ubaitaba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ubaitaba
Nota: Para o texto.

Mapas Históricos da Bahia
Mapa da Bahia de 1911
https://www.historia-brasil.com/bahia/mapas-historicos/seculo-20.htm
Nota: Trata-se de um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911 e organizado pela empresa Hartmann-Reichenbach. As linhas vermelhas representam caminhos-de-ferro.

Ubaitaba.com
História Regional e História
http://ubaitaba.com/historia-regional/
Nota: As fotografias superiores são da secção do website com a etiqueta História Regional e História.

Restos de Colecção
Mercearias e Mini-Mercados
https://restosdecoleccao.blogspot.com/2013/05/mercearias-e-mini-mercados.html
Nota: Para a fotografia inferior intitulada Antigas Mercearias.

“Nem imaginas o quanto senti a tua falta…”

(6) — nove registos

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Carta de Paulo para a sua esposa Lindaura, datada de 11 de abril de 1968, pouco antes da sua mudança para Piranga, na Bahia.

Jorge Amado, (10 de agosto de 1912 — 6 de agosto de 2001) “…foi um escritor brasileiro da escola modernista. Continua a ser o mais conhecido dos escritores brasileiros modernos, com a sua obra traduzida em cerca de 49 línguas e popularizada no cinema, entre as quais Dona Flor e Seus Dois Maridos, em 1976, e tendo sido nomeado para o Prémio Nobel da Literatura pelo menos sete vezes.

Retrato do romancista Jorge Amado.

A sua obra reflete a imagem de um Brasil mestiço* e é marcada pelo sincretismo religioso. Retratou um país alegre e otimista que, ao mesmo tempo, era assolado por profundas diferenças sociais e económicas.” (Wikipédia) *Mestiço é um termo português que se refere a pessoas de raça mista, ou seja, pessoas de ascendência europeia e indígena não europeia.

Jorge Amado
https://en.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado
Nota: Para o texto.

Fundação Casa de Jorge Amado
https://www.jorgeamado.org.br/
Nota: Para o seu retrato.

Editoras Brasileiras
3 Livros para Conhecer a Obra de Jorge Amado,
Mestre do Realismo Social e da Imaginação Baiana
https://brazilianpublishers.com.br/en/noticias-en/3-books-to-get-to-know-the-work-of-jorge-amado-master-of-social-realism-and-bahian-imagination/
Nota: Para o texto.

O site da Editoras Brasileiras recomenda estes “três livros essenciais [que devem ser lidos] para descobrir a força e a diversidade da sua literatura”. (O texto descritivo abaixo é do site deles).

  • Capitães da Areia
    No livro, acompanhamos Pedro Bala, Professor, Gato, Sem Pernas e Boa Vida, jovens marginalizados que crescem nas ruas de Salvador. Vivendo juntos no Trapiche, formam uma comunidade unida. A chegada de Dora e do seu irmão Zé Fuinha, trazidos por Professor, causa alvoroço entre os rapazes, que não estão habituados à presença feminina. Aos poucos, desenvolve-se um laço afetivo entre o líder do grupo e a menina.

    Capitães da Areia
    (Captains of the Sands)
    https://en.wikipedia.org/wiki/Captains_of_the_Sands
    Nota: Para referência.
  • Dona Flor e Seus Dois Maridos
    A história começa durante o carnaval de 1943 na Bahia, quando Vadinho, um mulherengo e jogador inveterado, morre subitamente. Dona Flor, sua mulher, fica inconsolável. Algum tempo depois, casa com Teodoro Madureira, um farmacêutico que é o oposto do seu primeiro marido. Juntos, levam uma vida estável e tranquila, mas monótona, até ao dia em que o fantasma de Vadinho aparece na cama de Dona Flor.

Dona Flor e Seus Dois Maridos (romance)
(Dona Flor and Her Two Husbands) (novel)
https://en.wikipedia.org/wiki/Dona_Flor_and_Her_Two_Husbands_(novel)Nota: Para referência.

  • Gabriela, Cravo e Canela
    O livro narra o romance entre Nacib e Gabriela, passado em Ilhéus na década de 1920, durante o auge do desenvolvimento da cidade impulsionado pelo cacau. A sensualidade de Gabriela conquista Nacib e muitos outros homens, desafiando a lei contra o adultério feminino. Publicado em 1958, o livro foi um sucesso mundial e tornou-se uma aclamada telenovela brasileira.

Gabriela, Cravo e Canela
(Gabriela, Clove and Cinnamon)
https://en.wikipedia.org/wiki/Gabriela,_Clove_and_Cinnamon
Nota: Para referência.

Mestiço
https://en.wikipedia.org/wiki/Mestiço
Nota: Para os dados.

Coronel Paulo Coutinho

(7) — quatro registos

> A fotografia de família nesta secção faz parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Jogo do bicho
https://en.wikipedia.org/wiki/Jogo_do_bicho
Nota: Para referência.

Polícia Militar (Brasil)
Military Police [Brazil]
https://en.wikipedia.org/wiki/Military_Police_(Brazil)#:~:text=The Military Police was founded,on being exclusively police forces.
Nota: Para o texto.

Gendarmerie
https://en.wikipedia.org/wiki/Gendarmerie
Nota: Para referência.

Vivendo em Ilhéus e depois em Piranga

(8) — três registos

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

World Bank Group
No Brasil, uma classe média emergente arranca
(In Brazil, an emergent middle class takes off)
https://www.worldbank.org/en/news/feature/2012/11/13/middle-class-in-Brazil-Latin-America-report
Nota: Para o texto.

Cenas de Salvador da Bahia de Carybé

Exposição “Carybé e o Povo da Bahia”
celebra a identidade cultural no Museu de Arte da Bahia

https://jornalgrandebahia.com.br/2024/12/exposicao-carybe-e-o-povo-da-bahia-celebra-a-identidade-cultural-no-museu-de-arte-da-bahia/
Nota: Para as ilustrações de Carybé acima.

Juazeiro
https://en.wikipedia.org/wiki/Juazeiro
Nota: Para o texto.

Pensando em Helena e Maria

(9) — quatro registos

> A fotografia de família nesta secção faz parte da coleção pessoal de fotografias de família.

LAB – Latin American Bureau
Empregadas domésticas brasileiras: um ensaio fotográfico
(Brazilian Maids: A Photo Essay)
por Mike Gatehouse
https://lab.org.uk/brazilian-maids-a-photo-essay/
Nota: Para o texto.

Vitória (Salvador)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vitória_(Salvador)
Nota: Para o texto.

Geographicus Rare Antique Maps
1931 Papelaria Brazileira City Plan of Salvador, Brazil
https://www.geographicus.com/P/AntiqueMap/salvadorbahia-papelariabrazileira-1931
Nota: Para a imagem do mapa.

A Culpa é da Bossa Nova

(10) — dois records

Sérgio Mendes
https://en.wikipedia.org/wiki/Sérgio_Mendes
Nota: Para referência.
and
Herb Alpert Apresenta Sergio Mendes & Brasil ’66
(Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil ’66)
https://en.wikipedia.org/wiki/Herb_Alpert_Presents_Sergio_Mendes_%26_Brasil_%2766
Nota: Referente à arte da capa do álbum.

A Linha do Coutinho / Oliveira, Uma Narrativa — Capítulo Dois

Este é o Capítulo 2 de 3, sendo a continuação da história deste ramo da família. Aqui, aprofundamos a chegada das nossas famílias a Minas Gerais, Bahia e Paraíba, e outros estados do Brasil. Tendo em conta que, no total, existem 6 capítulos: o primeiro conjunto de 3 capítulos está escrito em inglês; o segundo conjunto de 3 capítulos está traduzido para português.

O Sr. Peabody e o Sherman estão a delinear estratégias para encontrar os registos da família Coutinho / Oliveira, que estão amplamente dispersos.

Senhor Peabody e Sherman*

Uma queixa comum entre aqueles que fazem investigação genealógica deveria ser: “Sherman, configura a Máquina do Tempo para…”

Este capítulo da história da família Coutinho / Oliveira é aquele em que gostaríamos, por algum milagre, de ter acesso à Máquina do Tempo do Sr. Peabody e Sherman. (porque > razões de pesquisa)

Os registos da linhagem das famílias Coutinho e Oliveira são muito escassos. Na verdade, só conseguimos traçar a linhagem durante algumas gerações. No Brasil daquela época, o registo de informação não parecia ser muito importante, a não ser que se fosse uma pessoa de estatuto muito elevado. Aliás, a maioria dos registos parece ter sido mantida pela Igreja, e não pelo governo. Portanto, temos a sorte de termos encontrado o que encontrámos até agora.

Além disso, é bastante provável que muitos registos ainda não tenham sido disponibilizados nas bases de dados online. Assim, estamos a torcer para que isso aconteça em breve, pois continuaremos a pesquisar esta linhagem familiar.

Finalmente, como escrevemos no Capítulo Um, quando estávamos a documentar a heráldica familiar em Portugal, há uma coincidência em que ambos os nomes Azeredo e Azevêdo são utilizados nos registos que encontrámos. Estes apelidos pertencem à mesma família, e esta variação deve-se sobretudo a quem registou a informação. Este é um padrão observado na variação normal da manutenção de registos, que começou num mundo pré-letrado e continuou até ao século XX. (1)

*Conhecido no Brasil pelo nome: As Aventuras de Peabody e Sherman

Trata-se de um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911 e organizado pela empresa Hartmann-Reichenbach. As linhas vermelhas representam caminhos-de-ferro. (Imagem do mapa cedida por Mapas Históricos da Bahia).

Ah Bahia!

Foi aqui que começou o Brasil português — em Porto Seguro, na Baía, por volta de 1500.

A maioria das pessoas não compreende a dimensão do Brasil. É o 5º maior país do mundo, com 26 estados. O estado da Bahia, onde se desenrola grande parte da história desta família, tem uma área ligeiramente maior que a da França ou, similarmente, a da Espanha. Vários dos mais pequenos países europeus caberiam facilmente dentro dele, com alguma folga. A questão é esta: as distâncias são realmente vastas e podem não ser compreendidas apenas consultando o mapa abaixo.

A história das famílias Coutinho e Oliveira desenrola-se sobretudo dentro de um triângulo delimitado pelas cidades de Lençóis, Ilhéus, e Salvador da Bahia. (2)

A Família de Azevedos Chega ao Brasil Vinda de Portugal

Vamos recuar no tempo e ver como o nosso ramo da família de Azevedo chegou ao Brasil e como acabou por se ligar à família Coutinho. Será que algum deles chegou a saber da antiga aliança entre as suas famílias nobres, a Casa de Azerêdo-Coutinho?


Brasão de Manoel de Azeredo Coutinho Messeder, Fidalgo Cavaleiro,
Do acervo do Arquivo Nacional do Brasil, cerca de 1855.
(Imagem cortesia de Wikimedia Commons).

A história da família Azevêdo remonta a antes de 1740 em Portugal. Desta geração, temos apenas o nome de Domingos Gomes de Azevêdo da Costa. Crê-se que terá chegado ao Brasil como o antepassado original, algures nas primeiras décadas do século XVIII. Como o mapa abaixo mostra claramente, era assim que muitas pessoas imaginavam o Brasil naquele início do século. Repare como era natural que os imigrantes se estabelecessem ao longo da costa, devido ao facto de viajar de navio ser a única forma de se deslocarem por um território tão vasto.

Mapa Geográfico Recentemente Elaborado do Reino do Brasil na América do Sul,
por Matthias Seutter, cerca de 1740. (Imagem cedida pela Old World Auctions).

Sabemos que o filho do antepassado original no Brasil era o seu filho (do mesmo nome): Domingos Gomes de Azevêdo, que nasceu em 1740 em Diamantina, Minas Gerais, Brasil — e faleceu a 2 de outubro de 1831. Casou com Ana Joaquina Sofia de Jesus, nascida em 1762 em Caetité, Bahia, Brasil. É frequentemente registado em documentos como Capitão Domingos Gomes de Azevêdo e também como Domingos Gomes da Costa. A sua esposa adotou o apelido de Azevêdo em vez de Jesus, transmitindo-o aos seus dez filhos.

O Family Search apresenta a seguinte biografia sobre ele —
“O ilustre Comandante Domingos Gomes de Azevêdo foi o responsável pela criação da povoação no Distrito de Paz do Gentio, no município de Guanambi, Bahia [perto de Caetité]. Nasceu no estado de Minas Gerais, muito provavelmente na região de Caetité, em 1740. Durante as perseguições que se seguiram após fracasso da Conspiração de Minas Gerais, da qual fez parte — fugiu com toda a sua família, bens, associados e amigos para a Bahia. A família Gomes de Azevêdo chegou à cidade de Caetité no final do último trimestre de 1700 (ou seja, entre 1775 e 1792), vinda do povoado de Tijuco (em Diamantina, Minas Gerais). Domingos Gomes de Azevêdo faleceu na cidade de Caetité a 2 de outubro de 1831.” (3)

À esquerda: Joaquim José da Silva Xavier [Tiradentes], vestido com o relatório de alferes da tropa remunerada de Minas Gerais, de José Wasth Rodrigues, cerca de 1940. (Imagem cortesia do Museu Histórico Nacional, via Wikipedia Commons). Ao centro: A Bandeira dos Conspiradores, por Carlos Oswald, cerca de 1939. À direita: Tiradentes Esquartejado, de Pedro Américo, cerca de 1893. (As duas últimas imagens são cortesia da Wikimedia Commons).

A Inconfidência Mineira (ou A Conspiração de Minas Gerais)

Este acontecimento histórico “… foi um movimento separatista falhado no Brasil colonial em 1789. Foi o resultado de uma confluência de causas externas e internas. A inspiração externa foi a independência das treze colónias britânicas na América do Norte após a Guerra da Independência Americana, acontecimento que impressionou a elite intelectual de muitos — particularmente a capitania de Minas Gerais.

A principal causa interna da conspiração foi o declínio da mineração de ouro naquela capitania. Com a escassez de ouro, os mineiros da região enfrentavam crescentes dificuldades para cumprir as suas obrigações fiscais junto da coroa portuguesa (o imposto sobre o ouro era de um quinto). Quando a capitania não conseguia satisfazer a procura real de ouro, era onerada com um imposto adicional sobre o ouro, denominado derrama.

O líder da conspiração foi Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido por Tiradentes. Quando a conspiração foi descoberta pelas autoridades, Tiradentes foi preso, julgado e enforcado publicamente. [E depois esquartejado!] O aniversário da sua morte é comemorado como feriado nacional no Brasil.” (Wikipédia) (4)

O estado de Minas Gerais localiza-se a sul da Bahia. Este é um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911. Estamos a utilizá-lo novamente para manter a continuidade e porque permite mostrar as comunidades nos seus locais corretos. Os mapas anteriores a essa época não apresentam todas as localidades. (Imagem do mapa cedida por Mapas Históricos da Bahia).

Estes Nomes de Lugares São Verdadeiros Trava-Línguas!

Os nomes das cidades e vilas são uma salada de palavras, derivadas tanto das línguas de vários povos indígenas como do português imigrante. Retomando a história da família Domingos Gomes de Azevêdo, segundo o Family Search: “De acordo com estudos e documentos encontrados nos arquivos de Itacambira, Minas Gerais, perto de Grão-Mogol, residia no Sítio Bananal, em Itacambira. O seu filho Joaquim foi batizado na igreja de Itacambira, saindo assim de Itacambira para Ceraima, perto de Caetité e Guanambi.”

Registo de batismo de Joaquim Venâncio de Azevedo, a partir dos registos de
Igreja de Santo Antônio de Itacambira, Minas Gerais. (Family Search)

Assim, o filho de Domingos, Joaquim Venâncio Gomes de Azevêdo, leva a linhagem por mais uma geração. Nasceu em 1797 e foi batizado em Santo Antônio de Itacambira, Grão Mogol, Minas Gerais, a 7 de julho de 1797. Faleceu a 25 de outubro de 1844, em Caetité, Bahia e está sepultado na Igreja Matriz de Sant’Anna, em Caetité, Bahia. A sua esposa chama-se Maria Rosa de Azevêdo, mas não há mais informações sobre ela. Joaquim foi conhecido como Intendente de Caetité desde 1838 até à sua morte em 1844. Tiveram 12 filhos.

A assinatura de Joaquim Venâncio Gomes de Azevêdo, data desconhecida. (Family Search)

Filho de Joaquim e Maria Rosa, José Venâncio Gomes de Azevêdo dá continuidade à história. Provavelmente nasceu em Caetité, por volta — faleceu em 1874, em Lençóis, na Baía. Casou com Virgínia Josefina Gomes de Azevêdo, nascida cerca de 1818 — falecida em data desconhecida, ambas provavelmente em Caetité, Bahia.

José Venâncio Gomes de Azevêdo e Laura Angelica Viveiros Azevêdo, datas desconhecidas.
(Fotos de família).

Tiveram 11 filhos, um dos quais é:
José Venâncio Gomes de Azevêdo, nascido a 4 de agosto de 1861* — falecido a 7 de maio de 1916, ambos os eventos em Lençóis, Bahia. Casou com Laura Angélica Angelica Viveiros de Azevêdo a 3 de fevereiro de 1889. Esta nasceu a 17 de dezembro de 1869 em Mucugê, Bahia — faleceu a 7 de agosto de 1939 em Salvador, Bahia. Encontra-se sepultada no Cemitério do Campo Santo. Está registado como Coronel Comandante do 442º Batalhão de Infantaria.

*Um mês após o casamento, os recém-casados ​​fizeram o Registo Civil (Certidão de Casamento) no dia 2 de março de 1889. Ele declarou que tinha 27 anos e ela 19 anos à data do casamento.

Assento de casamento do casal, datado de 2 de março de 1889. O texto sublinhado confirma os nomes e as idades registadas. (Family Search).

O Family Search possui a seguinte anotação nos registos de Laura Angélica Viveiros de Azevêdo: “Era uma católica devota e vivia na cidade de Lençóis, Bahia, onde teve 14 filhos, um dos quais faleceu ainda jovem. Em homenagem aos seus 13 filhos vivos, celebrava com uma festa e missa em sua casa, onde tinha um altar dedicado a Santo Antônio, uma tradição herdada da sua família nos Açores, em Santo Antônio da Costa Delgada, Portugal. Assim, a cada ano, um dos seus 13 filhos era homenageado na festa de devoção ao referido Santo António.” Até à data, as nossas fontes indicam 15 filhos.

De entre os seus numerosos filhos, uma filha, Guiomar Viveiros de Azevêdo, é a avó do meu marido (que, por coincidência, também se chama Leandro, em homenagem ao avô). A história destes avós está descrita na secção abaixo intitulada, Conhecer a Família Leandro e Guiomar Coutinho de Lençóis. (5)

Postal antigo dos Sertões do Brasil (Festival Sul-Americano dos Divinos Nativos), certa de 1900, na região da Chapada Diamantina, Brasil. (Imagem central cortesia do eBay e imagens dos selos à esquerda e à direita obtidas em pesquisas no Google).

Diamantes em Gema Bruta

O Ciclo Diamantífero de Lençóis
Os primeiros registos que conhecemos desta família levam-nos à cidade de Lençóis, localizada na região central da Bahia, conhecida como a porta de entrada para o Parque Nacional da Chapada Diamantina. “A cidade foi fundada quando foram descobertos depósitos de diamantes em Mucugê, em meados do século XIX. Nessa época, os aventureiros chegaram em grande número e montaram tendas que, à distância, pareciam lençóis esticados, dando nome à cidade. Esta origem do nome reflete a estética do local e está intrinsecamente ligada à história da cidade e ao seu desenvolvimento durante o Ciclo Diamantífero.”

Mapa desdobrável intitulado “Esboço do Autor dos Distritos de Ouro e Diamante da Bahia”
Derivado de: The Diamond Trail: An Account of Travel Among the Little Known
Bahian Diamond Fields of Brazil
, por Hugh Pearson, 1926. Note que Salvador (indicada como Bahia) fica mesmo ao leste, no lado direito do mapa. (Courtesy of the Internet Archive).

Lençóis era a cidade mais rica da Chapada durante o Ciclo do Diamante. Chegou a ser aí estabelecido um Consulado Francês para facilitar a exportação das pedras preciosas. No entanto, quando os depósitos se esgotaram, Lençóis entrou em decadência, sobrevivendo da extração de carbonatos [sais] e tendo de suportar os excessos dos coronéis, que provocaram grandes conflitos na região. O mais famoso deles foi o Coronel Horácio de Mattos*, que teve grande influência política, inclusive junto do Governo Federal.” (Texto derivado de, História e Atrações Turísticas de Lençóis na Chapada Diamantina)
*Veja ‘O Problema com o ‘Coronelismo’ abaixo.

O mundo já tinha visto febres como esta… Em 1849, a descoberta de ouro em Sutter’s Mill, na Califórnia, deu origem à famosa Corrida ao Ouro da Califórnia, um acontecimento que mudou para sempre a história do Oeste americano. Como aprendemos sobre Lençóis, o mesmo fenómeno aconteceu na vizinha cidade de Andaraí, na Bahia, e esta família estava mesmo no meio de tudo.

Andaraí localiza-se na região central da Bahia, a sul de Lençóis, na Chapada Diamantina. Trata-se de um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911 e organizado pela empresa Hartmann-Reichenbach. As linhas vermelhas são caminhos-de-ferro. (Imagem do mapa cortesia de Mapas Históricos da Bahia).

Andaraí situa-se também na Chapada Diamantina (que pode ser traduzida livremente como o Planalto dos Diamantes), a sul de Lençóis. “A descoberta de depósitos de diamantes em Andaraí ocorreu em 1845 ou 1846, (e) …em consequência, um grande número de pessoas ávidas pelo mineral chegou à região”, — tal como na Corrida ao Ouro na Califórnia. “A aldeia de Andaraí formou-se na área mineira mais conhecida, ativa e de maior qualidade da região, que cresceu e, com ela, chegou o comércio e as indústrias de transformação. Após o fim do Ciclo do Diamante, a economia de Andaraí passou a basear-se no cultivo do café e na pequena mineração.” (Wikipédia) (6)

Alfredo Viero de Azevêdo Coutinho e Suas Famílias

Alfredo Viero de Azevêdo Coutinho, nascido a 2 de maio de 1854, em Andaraí, Bahia — falecido a 31 de março de 1941, em Palmeiras, Bahia. Casou com Carolina Athahydes de Molina; a data exata é desconhecida, pois não possuímos registo de casamento. Contudo, acreditamos que o casamento tenha ocorrido por volta de 1880, e que ele fosse cerca de dez ou quinze anos mais velho que ela. Alfredo e Carolina são os bisavós da geração atual.

Carolina nasceu provavelmente no final da década de 1860 e consta que faleceu em 1898. O seu nome está registado em vários documentos civis nos Lençóis até vários anos após a sua morte. Através de uma pesquisa minuciosa, conseguimos apurar que Alfredo e Carolina tiveram pelo menos quatro filhos (e provavelmente mais), todos provavelmente nascidos em Lençóis, na Bahia.

  • Leandro de Azevêdo Coutinho, nascido a 15 de abril de 1883 nos Lençóis — faleceu a 6 de agosto de 1965 em Salvador.
    (Leandro leva mais longe a linhagem familiar. Veja abaixo a sua mulher e filhos).
  • Ana de Azevêdo Coutinho, nascida cerca de 1887 — morreu em data desconhecida — mas provavelmente entre 1911 e 1941*.
  • Manoel de Azevêdo Coutinho, nascido cerca de julho de 1890 — faleceu a 23 de janeiro de 1891, em Itaparica, na Baía, com cerca de 7 meses de idade.
Assento de óbito de Manoel de Azevêdo Coutinho, datado de 23 de janeiro de 1891.
  • Álvaro de Azevêdo Coutinho, nascido cerca de 1892/93 — faleceu, data desconhecida. Casou com Maria Juliana Paraguassu em 1915, em Lençóis, Bahia.

*Os registos sobre Ana de Azevêdo Coutinho são bastante escassos. Encontrámos o seu nome numa lista de passageiros de um navio de 1911, juntamente com o do seu pai (ver notas de rodapé). É também mencionada no testamento dele, de 1941, como tendo deixado uma “herança perpétua” aos seus irmãos mais novos. Isto leva-nos a crer que ela já havia falecido.

Alfredo Viero de Azevêdo Coutinho e seu filho Leandro de Azevêdo Coutinho, cerca de 1903. (Fotografia de família).

Após a morte da sua mulher Carolina, Alfredo teve uma longa relação com outra mulher, mas não parece que tenham se casado. Ainda assim, foram registados os nascimentos dos seus filhos e, a seu pedido, os seus nomes foram incluídos no seu testamento de 1941. Chama-se Ernestina Francisca Oliveira. Ernestina nasceu por volta de 1884 e faleceu a 21 de setembro de 1954 na Bahia. Era também bisavó da geração atual.

Leandro é pai de nove (ou mais) filhos no total. Juntos, ele e Ernestina tiveram cinco filhos, todos nascidos em Lençóis.

  • Alcides de Oliveira Vieira, nascido cerca de 1907
  • Edgard de Oliveira Vieira, nascido cerca de 1909
  • Lamartine de Oliveira Vieira, nascido a 7 de fevereiro de 1911 — falecido a 12 de outubro de 1983. Casou com Lealdina Pereira Courado, nascida a 15 de novembro de 1915 — falecida a 19 de maio de 1999. Teve um filho de nome Waldemar Dourado Vieira (cuja filha, Isa Gunes Vieira, foi muito prestável na pesquisa sobre esta linhagem familiar). Obrigado, Isa!
  • Liduina Vieira de Oliveira, nascida cerca de 1913
  • Alice Vieira de Oliveira, nascida cerca de 1915

Estas linhagens familiares que remontam a mais tempo e ainda estão a ser pesquisadas:

Os trisavós desta geração Lourenço Vieira de Azeredo Coutinho Filho (que significa: Junior) e Antonia Coutinho. As suas origens podem estar na área em redor do Grão Mogol em Minas Gerais, Brasil.

Os tetravós desta geração são (o mesmo nome) Lourenço Vieira de Azeredo Coutinho e Maria Pereira de Araujo.

Este ramo da família teve origem por volta de 1754 com o casamento de José Vieira de Figueiredo e Andresa Teodora Grinalda (que seriam os 4x Bisavós). Adotaram da mãe o apelido Azeredo Coutinho para os filhos, e criaram a família Vieira de Azeredo Coutinho.

Alfredo Viero De Azevêdo Coutinho, Exportador de Gado e Produtos Agrícolas
Diário do… Estado da Bahia, Volume III de 1924

Descobrimos que, durante vários anos, numa publicação oficial brasileira intitulada Diário Oficial do Município, Alfredo constava como exportador de gado e produtos agrícolas. Sabemos que era proprietário de terras com consideráveis ​​recursos. Nota: Com base na forma como aparece bem vestido na fotografia acima com o filho Leandro, parece bastante bem-sucedido. (7)

À esquerda: Capa do livro da Exposição Mundial Colombiana, realizada em Chicago em 1893. À direita: O Pavilhão do Brasil na Exposição. “O Brasil contribuiu com 50 mil dólares para a construção do seu pavilhão. Todo o primeiro piso foi dedicado a uma exposição detalhada sobre o café brasileiro, com variedades regionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em exposição. Nas traseiras, uma instalação que simulava uma plantação de café paulista servia café gratuitamente aos visitantes”. (Biblioteca Pública de Chicago).

Memórias de O Estado da Baía, cerca de 1893

O Estado da Bahia encomendou e preparou um livro intitulado Memórias do Estado da Bahia para a Exposição Mundial Colombiana realizada em Chicago em 1893.

Observação: Poderíamos pensar que este livro teria sido escrito com a intenção de apresentar uma visão favorável de Lençóis na época, mas estaríamos enganados. A opinião dos autores foi algo lacónica. (Parte disto pode ser atribuído ao declínio da cidade devido ao esgotamento das minas).

Os tempos mudam — Hoje, Lençóis é considerada uma cidade muito bonita, com uma natureza exuberante e casas lindíssimas da época colonial.

“A cidade é composta por 1500 casas. [e] Esta cidade está situada num terreno declive [que significa: que se inclina para baixo] nos vales dos rios Lençóis e São José, sendo as duas margens deste último ligadas por uma ponte, e não muito longe dos rios Santo Antônio e Ulinga.”

Exemplar do livro, Memoir of The State of Bahia, cerca de 1893.

Eis o que o Coronel Durval de Aguiar afirma sobre a cidade:
“A cidade, situada num terreno inclinado, não tem qualquer beleza. Uma praça em declive, com algumas árvores e rodeada de casas altas, cujos pisos térreos são ocupados por estabelecimentos comerciais, conduz em todas as direções a ruas muito desinteressantes, algumas das quais pavimentadas com as próprias pedras da rocha onde foram talhadas. Uma grande e antiga casa de madeira na praça serve de câmara municipal, e atrás dela, na rua Mineiros, vê-se uma casa com piso [apenas uma?], que é usada como prisão e quartel. A igreja paroquial nunca foi concluída, pelo que as suas funções são desempenhadas na igreja consagrada a Nossa Senhora do Rosário, na rua Baderna.

Imagem de postal antigo do final do século XIX com a legenda “Praça da cidade dos Lençóis em dia de feira.” (Imagem cedida por Universidade Federal da Bahia – UFBA).

Existia um movimento comercial activo, que diminuiu bastante depois de as minas terem começado a perder a sua importância. Realiza-se todas as segundas-feiras uma feira muito desinteressante e pouco frequentada. Existem duas escolas na cidade.

Com o abandono das minas, os habitantes do concelho dedicaram-se ao cultivo do cafeeiro, de rara qualidade, plantado em locais denominados grotas, ou seja, em vales atravessados ​​​​por rios e ribeiros, situados em terrenos rochosos, formados por numerosas montanhas, que foram reviradas após o início das actividades mineiras. Estas grotas são extremamente férteis e, até aos dias de hoje, produzem uma grande quantidade de café. A extracção de carbonatos, hoje muito valorizados e remunerados, é a principal actividade dos mineiros.” (8)

Leandro de Azevêdo Coutinho e Guiomar Viveiros (de Azevêdo) Coutinho. Estas fotos impressas foram tiradas no final da vida, mas as datas reais são desconhecidas. (Fotos de família).

Conhecer a Família Leandro e Guiomar Coutinho de Lençóis

Quando Guiomar casa com Leandro de Azevêdo Coutinho, o apelido de família dá lugar ao apelido de Coutinho. Todos os seus filhos nasceram em Lençóis.
Leandro de Azevêdo Coutinho, casou com Guiomar Viveiros de Azevêdo antes de 1908. Nasceu a 28 de Março de 1890, provavelmente nos Lençóis – faleceu a 17 de Março de 1975 em Salvador. Tiveram oito (ou mais) filhos em comum, conforme segue abaixo:

Comentar: Agradecendo às nossas estrelas da sorte!
Encontrámos registos de nascimento de duas filhas: Dulce e Eunice, o que foi extremamente útil para a nossa pesquisa. A partir destes registos, conseguimos confirmar exatamente quem eram os pais e os avós do Leandro e do Guiomar.

  • Dulce de Azevêdo (Coutinho) Antunes, nascida a 22 de Maio de 1908 — faleceu a 29 de Fevereiro de 2000. Casou com António Cardoso Antunes.
  • Carmen Viveiros de Azevêdo (Coutinho) Carrera, nascida a 5 de julho de 1910 — falecida cerca de 2004. Casou com José Carrera.
  • Possível criança do sexo masculino, de identidade desconhecida, por volta de 1911. (Ver notas de rodapé).
  • Clarisse de Azevêdo Coutinho, nascida possivelmente em 1914 / falecida, data desconhecida. Casou com Carlos Lopes Bittencourt.
  • Eunice de Azevêdo Coutinho, nascida a 24 de maio de 1917 — faleceu Data desconhecida; solteiro.
  • Almir de Azevêdo Coutinho, nascido/falecido, datas desconhecidas.
  • Paulo de Azevêdo Coutinho, nascido a 29 de junho de 1919 nos Lençóis — faleceu a 28 de novembro de 1990 em Salvador. Casou com Lindaura Almeida Oliveira. (Paulo e Lindaura levam mais longe a linhagem familiar).
  • Waldette de Azevêdo Coutinho, nascida a 15 de dezembro de 1923 — faleceu Data desconhecida; solteiro.
  • Humberto de Azevêdo Coutinho, nascido a 20 de abril de 1927 — falecido a 24 de junho de 1971. Casou com Regina Chetto.
O edifício da farmácia ainda hoje existe na Avenida Rui Barbosa, 846, Lençóis.
(Imagens da localização atual obtidas através da Pesquisa de Imagens Google).

‘O Dr. Leandro’ e a Farmácia
Leandro d’Azevedo Coutinho formou-se em Medicina Dentária, mas nunca exerceu a profissão. Em vez disso, foi farmacêutico durante muitos anos, com um estabelecimento localizado no centro da cidade, na Avenida Rui Barbosa, 846, Centro, Lençóis. O edifício ainda existe e hoje alberga uma loja da cadeia O Boticário, que vende produtos de beleza e cosméticos. A sua neta, Cristina Pinheiro, conta que, “O Leandro morava perto da farmácia e ia a pé para o trabalho de manhã cedo. O Avô Leandro era como o médico da cidade. Examinava sempre as pessoas e prescrevia medicamentos eficazes. Não cobrava a quem não podia pagar e muitas vezes recebia galinhas, perus e fruta como pagamento. Era amado por todos. As pessoas o tratavam por Dr. Leandro.” (9)

Os Conflitos

Peste, bandidos e coronéis… meu Deus!
Como família, sempre nos interrogámos, com muita seriedade, sobre os motivos que levaram o Dr. Leandro Coutinho a abandonar a sua vida em Lençóis e a instalar-se com a família em Salvador, na Bahia. Acreditamos que diversos fatores contribuíram para esta decisão. Tinha uma mulher e muitos filhos pequenos para proteger num ambiente bastante perigoso e, por isso, difícil de suportar. Perante tantas dificuldades, podemos compreender porque é que finalmente sentiu que “Já chega deste disparate, obrigado, e adeus!”

Peste Bubónica
Como alguém com formação médica, o Dr. Leandro provavelmente preocupou-se (com o tempo) com o facto de Lençóis estar tão longe de um hospital urbano que pudesse prestar o nível de cuidados adequados à sua família, quando necessário. Segundo o Instituto Nacional de Saúde, “A chegada da peste [bubónica] ao Brasil no início do século XX marcou um novo capítulo na história da saúde pública do país. A doença atingiu primeiro a cidade portuária de Santos em 1899, espalhando-se rapidamente para outros grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Estes surtos motivaram uma resposta urgente tanto do governo como da comunidade científica, levando à implementação de medidas de quarentena, campanhas de saúde pública e à criação de instituições de saúde especializadas. Com o tempo, a incidência da peste no Brasil diminuiu, graças à melhoria das medidas de saúde pública; no entanto, a doença continuou a ocorrer em algumas zonas rurais, com casos esporádicos.”

“Durante grande parte da sua história, a população do Brasil manteve-se confinada ao longo da costa. As características geográficas, como as cadeias montanhosas costeiras e a relativa escassez de rios navegáveis, dificultaram os esforços para povoar e explorar o vasto interior… no final do século XIX, os esforços para ligar o interior ao litoral fizeram-se através do telégrafo e da ferrovia… “Ao mesmo tempo, [isto] criou condições para a intensificação dos conflitos entre os recém-chegados e aqueles que há muito consideravam o interior a sua casa.” (História da América Latina) Comparativamente às zonas costeiras do Brasil, poucas pessoas migraram para o interior do país e, até hoje, a grande maioria da população ainda vive no litoral atlântico.

À esquerda: Retrato do bandido Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), cerca de 1926. (Fotografia atribuída a Benjamin Abrahão Botto). À direita: Por volta de Julho de 1938, as cabeças decepadas do bando de Lampião expostas em frente ao Instituto Médico Legal do Estado [em Salvador]. No nível mais baixo, a cabeça de Lampião; imediatamente acima, a de Maria Bonita. (Fotógrafo desconhecido).

Lampião e Maria Bonita
Viver no vasto interior do Brasil tornou provavelmente a sua família mais vulnerável às ações de pessoas que (para dizer o mínimo) tinham comportamentos antissociais profundamente problemáticos. Lampião foi, provavelmente, o líder do banditismo tradicional mais bem sucedido do século XX. O banditismo endémico do Nordeste do Brasil era designado por Cangaço. O cangaço teve origem no final do século XIX, mas foi particularmente prevalente nas décadas de 1920 e 1930. Lampião liderava um bando de até 100 cangaceiros, que ocasionalmente tomavam pequenas cidades e que travaram várias batalhas bem sucedidas contra a polícia paramilitar, mesmo em grande desvantagem numérica. Os feitos e a reputação de Lampião o transformaram num herói popular, o equivalente brasileiro de Jesse James ou Pancho Villa. A sua imagem, assim como a da sua companheira Maria Bonita, pode ser vista em todo o Nordeste do Brasil.

O sertão tinha pouca lei e ordem, e mesmo os poucos polícias existentes estavam geralmente ao serviço de um Coronel — um latifundiário influente que era também um chefe político regional — e que normalmente tomava partido em qualquer disputa. (Wikipédia) Lampião e Maria Bonita e o seu extenso bando adquiriram a reputação de serem a versão brasileira de Bonnie e Clyde. A sua onda de crimes durou anos, mas foram detidos e decapitados numa emboscada em Julho de 1938.

À esquerda: Coronel Horácio de Matos, cerca de 1900. (Fotógrafo desconhecido). À direita: Jornal sobre a Coluna Prestes na Bahia. (Ver notas de rodapé).

O Problema com o ‘Coronelismo’
Em Lençóis, “Nessa época, esta parte da Baía era uma zona pobre sujeita ao Coronelismo, o domínio dos Coronéis, que exerciam poderes quase feudais no sertão do Brasil.” (Latin American Bureau)

“Horácio de Queirós Matos foi um político e coronel do sertão baiano durante a primeira metade do século XX. [Ele] liderou um verdadeiro exército de pistoleiros, envolvendo-se em inúmeros conflitos armados ao longo da sua vida — incluindo um papel crucial na perseguição à Coluna de Miguel Costa-Prestes (um movimento rebelde social que eclodiu no Brasil entre 1925 e 1927). Governou durante um quarto de século… [de forma semelhante à] da Cosa Nostra siciliana… com mão de ferro no sertão da Chapada Diamantina e da Chapada Velha, onde vivia o clã Matos. A sua carreira política começou com a sua promoção a tenente-coronel da Guarda Nacional, herdando o comando da família de um tio.

Horácio foi prefeito de Lençóis, então um rico centro mineiro, e senador estadual, um verdadeiro símbolo do ‘Coronelismo’ que moldou a política brasileira durante a República Velha. Apesar de uma vida marcada por tendências bélicas, ambicionava o desarmamento do sertão, e quando este finalmente aconteceu, foi assassinado em circunstâncias misteriosas após ter sido preso injustamente pelo governo de Getúlio Vargas (por volta de 1930) na capital baiana.

Parece que o Leandro tinha dois empregos…
Ao pesquisar sobre os filhos de Leandro e Guiomar, encontramos indícios muito sutis de que Leandro já trabalhava como cobrador de impostos do governo durante o período em que viveram em Lençóis. (Esta foi a profissão que sabemos que exerceu mais tarde em Salvador, na Bahia). Faz sentido que pudesse ter mais do que uma profissão, pois precisava de sustentar uma família em crescimento. Especulamos que talvez este trabalho de cobrador de impostos possa ter gerado conflitos com o ‘Coronelismo’ e os seus associados. (10)

Terreno em Lençóis e Usucapião

‘O Dr. Leandro’ era também proprietário de terras com consideráveis ​​recursos. Quando levou a sua família e deixou os Lençóis rumo a Salvador, permanece um mistério para nós, hoje, o que fez às suas terras. Existiam aproximadamente muitos, muitos hectares de terreno. Contam histórias da família que, segundo o entendimento familiar, estas terras seriam distribuídas pelos herdeiros após o falecimento do último filho de Leandro e Guiomar — Waldette de Azevêdo Coutinho. Os herdeiros, em geral, compreenderam e aceitaram isso, mas ninguém zelava pela propriedade com a devida atenção.

Cartaz de viagem contemporâneo do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
(Imagem cortesia de Etsy).

No Brasil, existe uma lei chamada “Usucapião” que permite que alguém se aproprie legalmente de um terreno, mesmo que, à primeira vista, pareça ser um ocupante ilegal. O requisito é o seguinte: que a pessoa se mude para o terreno e siga um procedimento específico. Num relato semelhante no Reddit, sobre um terreno familiar em Minas Gerais, encontramos a seguinte história — “o facto de alguém estar a ocupar o terreno, a cuidar dele, a pagar os impostos, as contas da luz e da água, dá a essa pessoa o direito de reivindicar a propriedade. Se alguém ocupa e cuida do terreno durante cinco anos consecutivos, pode reivindicar a posse. Portanto, com base no seu relato, não há como reaver o terreno nem lucrar com ele.” (Veja as notas de rodapé para esta e outras fontes jurídicas).

Este tipo de coisas pode ter acontecido com as terras da nossa família. Assim, sendo este o Brasil, a posse de terras tornou-se mais complicada através da ‘usucapião’. (11)

Mapa de 1895 das rotas de navegação e de passageiros do Oceano Atlântico, de Lisboa, Portugal, para a Baía, Brasil. Impresso na Alemanha. (Imagem cortesia da Etsy).

Viajar no RMS Magdalena

Em épocas passadas, a única forma prática de chegar ao Brasil era viajando de barco. (A não ser, claro, que se quisesse ir a pé, e podemos presumir que isso teria sido muito mais complicado para os antepassados ​​de Coutinho e Oliveira!)

Neste período, Portugal e as suas antigas colónias mantiveram-se interligados pelo comércio. As pessoas deslocavam-se para encontrar trabalho ou para negociar. É importante salientar que muitas famílias tinham laços com ambos os países, pelo que viajar era comum para visitas ou para reencontrar familiares. Ao contrário de Portugal, a maioria das pessoas no Brasil vive no litoral. Este tornou-se tão historicamente enraizado na cultura que se transformou numa expressão comum.

“…a raspar-se pelo mar como caranguejos…”
“Os brasileiros agarram-se ao litoral como caranguejos.”

Acima, atribuída ao historiador Frei Vicente do Salvador, por volta de 1627,
e Abaixo, o mesmo sentimento aprimorado pelo autor Jorge Amado.

Quando se sai de um país, a isto chama-se Emigração. Quando se entra num país, isso chama-se Imigração. Estivemos muito tempo a rever os registos de navios destas duas famílias, referentes às embarcações que faziam o percurso entre Portugal e o Brasil. A maioria das viagens da Europa para a América do Sul partia de Southampton ou Liverpool, na Inglaterra, e fazia escala em vários portos ao longo do percurso.

Ao que tudo indica, os vários indivíduos do início do século XX encarregados de manter os registos dos navios nestas rotas anotavam sempre diligentemente as nacionalidades e os destinos. Repararam que quase todas as pessoas que entravam no Brasil estavam registadas como imigrantes. Seria porque não havia espaço para indicar se eram emigrantes ou imigrantes? Talvez esta forma de categorização fosse simplesmente entendida como a prática normal?

O registo de bordo do navio RMS Magdalena, datado de 8 de abril de 1904, indica Leandro d’Azevedo Coutinho como passageiro com destino ao Brasil.

Encontrámos registos de navios datados de 8 de Abril de 1904 (e também de 1914) que indicam que Leandro d’Azevedo Coutinho navegou para o Brasil a partir de Lisboa, Portugal. (Existem outros registos semelhantes, mas cremos que estes dois são certamente dele). Ele consta como brasileiro. Optámos por nos concentrar na viagem de 1904, pois acreditamos que esta ocorreu antes do nascimento do seu primeiro filho. Porque viajou em 1904? Não temos forma de saber ao certo, mas as possibilidades incluem:

  • Sua viagem de lua de mel com sua esposa Guiomar.
  • Sua formação acadêmica. (Ainda não sabemos onde ele cursou odontologia e nem farmácia).
  • Outras viagens de negócios, como a compra de materiais para a sua farmácia. O seu pai, Alfredo, tinha uma empresa de importação/exportação, talvez por isso também.
  • Talvez ele estivesse visitando amigos ou familiares em Portugal.

Seu destino final foi a Bahia ou o Rio de Janeiro, mas os registros do navio indicam Rio. (Nunca saberemos com certeza, mas isso pode ter sido um erro de digitação ou talvez ele realmente tenha ido inicialmente para o Rio de Janeiro por algum motivo).

O RMS Magdalena, navio no qual Leandro d’Azevedo Coutinho viajou de Portugal para o Brasil em 1904. (Imagem cedida pela Scottish Built Ships).

O navio chamava-se RMS Magdalena e viajava regularmente como “um navio a vapor britânico construído em 1889 como um navio de correio real e transatlântico para a Royal Mail Steam Packet Company até 1923”. Um anúncio publicado no jornal The Times de Londres, no sábado, 20 de outubro de 1900, dizia o seguinte:

ROYAL MAIL STEAM PACKET COMPANY, sob contrato para o correio de Sua Majestade para as Índias Ocidentais, Brasil e Rio da Prata. Datas de Southampton:—Madalena, 5362 toneladas, (Para zarpar) 26 de Outubro, Portos: Cherbourg, Vigo, Lisboa, São Vicente, Pernambuco, Baía, Rio, Montevideu e Buenos Aires. (12)

As belas casas que existiam no antigo bairro Jardim de Nazaré, em Salvador, na década de 1930. (Imagem cedida pelo Facebook).

Em Salvador, Leandro Muda de Profissão

Os anos em que Leandro e Guiomar viveram em Salvador são geralmente enquadrados no contexto da “Quarta República Brasileira, também conhecida como ‘República Populista’ ou ‘República de 46’… [Este] é o período da história brasileira entre 1946 e 1964. Foi marcado pela instabilidade política e pela pressão dos militares sobre os políticos civis, que culminou com o golpe de Estado brasileiro de 1964 e o estabelecimento da ditadura militar no Brasil”. (Wikipédia)

Em Salvador, Leandro mudou de profissão e trabalhou como cobrador e auditor de impostos federais. Ele e a sua mulher, Guiomar, viviam no bairro da Nazaré. Na longa história de Salvador, esta foi uma das primeiras zonas a ser povoada. Situa-se não muito longe do troço histórico denominado Pelourinho, que é hoje Património Mundial da UNESCO. (Ver notas de rodapé). A Nazaré alberga ainda “numerosas estruturas históricas da cidade; além disso, é sede de vários centros governamentais e académicos”. (Wikipédia)

Circulam histórias de família que contam que Guiomar estava sempre vigilante no seu desejo de garantir que os netos tinham comida suficiente — mesmo quando já tinham comido. Cristina Pinheiro relata, “Cada vez que visitávamos a avó, ela torrava pão com manteiga e caramelizava o açúcar que colocava por cima. Nós adorávamos! Era sempre meiga e calma”.

(Esta é uma imagem de exemplo — veja o link abaixo para ver o vídeo).

Cidade do Salvador (1949, dir. Humberto Mauro). Esta curta-metragem tem cerca de 21 minutos de duração, mas vale muito a pena vê-la para apreciar a cidade de Salvador, na Bahia, em meados do século XX. Está apenas disponível em português, mas não desesperem, falantes de inglês, não deixa de ser bastante interessante!

Clique neste link para assistir à curta-metragem:
https://www.youtube.com/watch?v=Qf2vyJLy_Eo

Comentário da investigação: O famoso realizador Orson Welles foi à Bahia e ao estado vizinho do Ceará, no nordeste do país, em 1941, para filmar cenas para um filme proposto intitulado It’s All True, [Tudo é Verdade], que nunca foi concluído. Se estiver interessado, há um link e algumas belas imagens de vídeo de um mundo há muito desaparecido, publicadas nas notas de rodapé. (13)

À esquerda: Uma das cadeiras de madeira de pau-santo da família (fotografia de família). À direita: Ilustração botânica colorida à mão “Botanical Magazine” de Samuel Curtis, Londres, 1822. (Esta ilustração foi feita na época em que estas cadeiras foram criadas).

Pedra de Toques

Por vezes, na vida, temos a sorte de herdar algo significativo que nos liga às gerações que nos antecederam. É o caso de um par de cadeiras (uma das quais é mostrada acima), que foram herdadas pelo meu marido, Leandro Coutinho (nascido em 1965), neto de Leandro e Guiomar Coutinho. Recebeu-as através da sua tia paterna, Carmen Viveiros (Coutinho) Carrera. As cadeiras são feitas à mão em madeira de pau-santo da Amazónia e têm mais de 200 anos.

A seguir, temos mais um capítulo das famílias Coutinho e Oliveira. Avançamos para a geração de que o meu marido, Leandro, faz parte, em meados do século XX. (14)

A seguir são apresentadas as notas de rodapé para os Materiais de Fonte Primária, Notas e Observações

(1) — dois registos

Senhor Peabody e Sherman

Ultra Swank
Mr Peabody and Sherman – The Original Cartoon
por Koop Kooper
https://www.ultraswank.net/television/mr-peabody-sherman-original-cartoon/
Nota: ou uma fotograma de um filme dos anos 60.

Wayback Machine (Peabody’s Improbable History)
https://en.wikipedia.org/wiki/Wayback_Machine_(Peabody%27s_Improbable_History)
Nota: Para referência.

Ah Bahia!

(2) — one registo

Mapas Históricos da Bahia
Mapa da Bahia de 1911
https://www.historia-brasil.com/bahia/mapas-historicos/seculo-20.htm
Nota: Trata-se de um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911 e organizado pela empresa Hartmann-Reichenbach. As linhas vermelhas representam caminhos-de-ferro.

A Família de Azevedos Chega ao Brasil Vinda de Portugal

(3) — quatro registos

The Brazilian National Archives
(Os Arquivos Nacionais do Brasil)
Categoria: Brasões de armas em Arquivo Nacional (Brazil)
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Coats_of_arms_at_Arquivo_Nacional_(Brazil)
Nota: A referência acima direciona para o ficheiro abaixo.

Collection of The Brazilian National Archives, circa 1855
(Coleção do Arquivo Nacional do Brasil, cerca de 1855.)
Brasão de Manoel de Azeredo Coutinho Messeder, Fidalgo Cavaleiro
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brasão_de_Manoel_de_Azeredo_Coutinho_Messeder,_Fidalgo_Cavaleiro.tif
Nota: O número de acesso é — BR_RJANRIO_0D_0_0_0103_0003

Observação: Ao fazer pesquisas genealógicas, é bastante comum seguir as linhagens dos antepassados ​​masculinos, pois historicamente existem mais registos sobre os mesmos. Dito isto, é muito gratificante descobrir linhagens bem investigadas para as nossas antepassadas femininas (especialmente quando as linhagens masculinas são, digamos, um pouco escassas). Para a avó do meu marido, Guiomar Viveiros (de Azevêdo) Coutinho, conseguimos aceder aos registos privados do Family Search gentilmente cedidos pela sua prima Maria Patrícia Bittencourt Ferreira. Obrigada, Pat!

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Old World Auctions
Recently Elaborated Geographical Map of the Kingdom of Brazil in South America…
(Mapa Geográfico Recentemente Elaborado do Reino do Brasil na América do Sul…)
por Matthias Seutter, cerca de 1740
https://www.oldworldauctions.com/catalog/lot/128/473
Nota: Para a imagem do mapa.

A bandeira proposta pelos conspiradores para a nova república, que se tornou a base da atual bandeira de Minas Gerais. (Imagem cortesia da Wikipédia).

A Inconfidência Mineira (ou A Conspiração de Minas Gerais)

(4) — cinco registos

Inconfidência Mineira
https://en.wikipedia.org/wiki/Inconfidência_Mineira
Nota: Para o texto referente À Conspiração Minas.

Tiradentes
https://en.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
Nota: Para o texto.

Museu Histórico Nacional, através de Wikipedia Commons
Joaquim José da Silva Xavier, dressed in the report of ensigns of the paid troop of Minas Gerais.
por José Wasth Rodrigues, cerca de 1940
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alferes_Tiradentes_01.jpg
Nota: Para o retrato.

The Flag of the Conspirators (A Bandeira dos Conspiradores)
por Carlos Oswald, cerca de 1939
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bandeira_da_Inconfidência_1789_Os_Inconfidentes.jpg
Nota: Para a pintura.

Tiradentes Esquartelados
por Pedro Americo, cerca de 1893
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tiradentes_quartered_(Tiradentes_escuartejado)_by_Pedro_Américo_1893.jpg
Nota: Para a pintura.

Estes Nomes de Lugares São Verdadeiros Trava-Línguas!

(5) — seis registos

Mapas Históricos da Bahia
Mapa da Bahia de 1911
https://www.historia-brasil.com/bahia/mapas-historicos/seculo-20.htm
Nota: Este é um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em Janeiro de 1911. Estamos a utilizá-lo novamente para manter a continuidade e porque permite mostrar as comunidades nos seus locais correctos.

Joaquim Venâncio Gomes de Azevedo
Batismo de Joaquim Venâncio de Azevedo
 https://www.familysearch.org/en/tree/person/sources/GZ6H-WBT
Nota: O nome do ficheiro é, 1305241B-2330-4440-ADD6-8AA2A006184F.jpg

Documentos das Ordenanças em Caetité
The signature of Joaquim Venâncio de Azevedo
(A assinatura de Joaquim Venâncio de Azevedo)
https://www.familysearch.org/en/tree/person/memories/GZ6H-WBT
Nota: O nome do ficheiro é, A02ED4AB-C877-4AF1-AAB1-FF63C664C912.jpg

Ficheiro disponível para download em:
Retrato fotográfico, Arquivo de Memórias do Family Search para
José Venâncio Gomes de Azevedo https://www.familysearch.org/en/tree/person/memories/G92F-5VR
Nota: O nome do ficheiro é, 2657927E-E264-4FFC-AC4B-7FD606A65DE6.jpg

Ficheiro disponível para download em:
Retrato fotográfico, Arquivo de Memórias do Family Search para
Laura Viveiros de Azevedo
https://www.familysearch.org/en/tree/person/memories/G92F-TWM
Nota: O nome do ficheiro é, FFBF93C1-E221-49C1-88AC-1E235E03CC0B.jpg

Ficheiro disponível para download em:
Retrato fotográfico, Arquivo de Memórias do Family Search para
José Venâncio Gomes de Azevedo
https://www.familysearch.org/en/tree/person/memories/G92F-5VR
Nota: O nome do ficheiro é, 02BF08D8-49D4-4F44-8012-F6994AD7922E.jpg

Diamantes em Bruto

(6) — cinco registos

ebay
Brazil South American Festival Of Divine Natives Antique Postcard K72076
(Brasil, Festival Sul-Americano dos Nativos Divinos, Postal Antigo K72076)
https://www.ebay.com/itm/142525773982
Nota: Para a imagem do postal antigo.

História e Atrações Turísticas dos Lençóis na Chapada Diamantina
Lençóis: a porta de entrada para Chapada Diamantina
por Autor desconhecido
https://bahia.ws/en/guia-turismo-lencois-chapada-diamantina/#google_vignette
Nota: Para o texto.

Mapa desdobrável intitulado, Author’s Sketch Map of Gold and Diamond Districts of Bahia
Derivado de:
The Diamond Trail : An Account of Travel Among the Little Known
Bahian Diamond Fields of Brazil

por Hugh Pearson, 1926
https://archive.org/details/DiamondTrailPearson/pearson-h-diamond-1926-RTL013509-LowRes/page/n9/mode/2up
Nota: Para a imagem do mapa.

Mapas Históricos da Bahia
Mapa da Bahia de 1911
https://www.historia-brasil.com/bahia/mapas-historicos/seculo-20.htm
Notas: Este é um excerto do Mapa Geral do Brasil publicado em janeiro de 1911. Estamos a utilizá-lo novamente para manter a continuidade e porque permite mostrar as comunidades nos seus locais corretos.

Andaraí
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andaraí
Nota: Para o texto.

Alfredo Viero de Azevêdo Coutinho e Suas Famílias

(7) — seis registos

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Alfredo Viero de Azevêdo Coutinho Assento de óbito do Registo Civil de 1941.

Ca- Athahyde Molina de Azevedo Coutinho
Mencionado no Registo de DESCONHECIDO (em 1916)
Aniversário — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4X-G8GG?lang=en
Nota: Este ficheiro de referência está incluído por acreditarmos que representa a melhor documentação do nome de solteira de Carolina de Azevedo Coutinho: Carolina Athahyde Molina. Além disso, estão listados neste registo o seu marido Alfred (como Ido Vieira de Azevedo Coutinho) e o seu filho Álvaro de Azeredo Coutinho.

Registos de passageiros da viagem de Alfredo e Ana de Coutinho no navio Ortega, datados de 2 de julho de 1911.

Alfredo de Coutinho (para entrada de passageiros Ana Coutinho)
Migração — Brasil, Bahia, Salvador, Relações de passagieros e imigrantes, 1855-1964
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:71DC-QWW2?lang=en&cid=fs_email
Book page: 86, Digital page: 173/403
Nota 1: As entradas 14 e 15 de cima para baixo são para Alfredo e Anna.
Nota 2: Registos de passageiros da viagem de navio Ortega, datados de 2 de julho de 1911.

Manoel de Azevedo Coutinho
Morte — Brasil, Bahía, Registros da Igreja Católica, 1598-2007
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6BZF-S1JX?lang=en
Digital page: 26/80, Left page near the top.
Nota: Apesar do que o registo indica como ‘zero dias de idade” no momento da morte, o documento refere que tinha 7 meses de idade e morreu vítima de uma infeção gastrointestinal.

Alvaro de Azevedo Coutinho
Casamento — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:X9YD-YVPV?lang=en
Nota 1: Registo do seu casamento em 1915 com Maria Juliana Paraguassa.
Nota 2: Os registos indicam que nasceu em 1892.

1954 Death Registration for Ernestina Francisco de Oliveira.

Ernestina Francisca de Oliveira
Death — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:Z2ZH-5HW2?lang=en
Nota:Para os dados.

À esquerda: Lamartine de Oliveira Vieira, data desconhecida. É avô de Isa Gunes Vieira (foto à direita), que ajudou na pesquisa desta árvore genealógica. Obrigado, Isa! (Fotografias de família).

Memórias de O Estado da Baía, cerca de 1893

(8) — seis registos

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

World’s Columbian Exposition (Exposição Mundial Colombiana)
https://en.wikipedia.org/wiki/World%27s_Columbian_Exposition
Nota: Para referência.

Reflexões dos Arquivos Rosenthal
Associação da Orquestra Sinfónica de Chicago
The World’s Columbian Exposition of 1893
(da Exposição Mundial Colombiana de 1893)
https://csoarchives.wordpress.com/2018/04/23/the-worlds-columbian-exposition-of-1893/
Nota: Para a capa do livro pop-up, cerca de 1893.

Biblioteca Pública de Chicago
Edifícios Rurais Latino-Americanos na Exposição Mundial Colombiana de 1893
https://www.chipublib.org/blogs/post/latin-american-country-buildings-at-the-1893-worlds-columbian-exposition/
Nota: Para os dados e a fotografia do Edifício Brasil.

Memoir of The State of Bahia, circa 1893
(Memórias de O Estado da Baía, cerca de 1893)
por Dr. Francisco Vicente Vianna, José Carlos Ferreira, Dr. Guilherme Pereira Rebello
https://archive.org/details/memoirofstateofb00bahi/page/468/mode/2up
Páginas do livro: 468 – 470, Páginas digitais: 468 – 470/742
Nota: Preparado para a Exposição Mundial Colombiana, Chicago, 1893.

Universidade Federal da Bahia – UFBA
A praça da cidade de Lençóes em dia de feira
por Fotógrafo desconhecido
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/17582/1/Dissertação Romulo de Oliveira Martins.pdf
Nota: Para a imagem da cidade.

Conhecer a Família Leandro e Guiomar Coutinho de Lençóis

(9) — sete registos

> As fotografias de família desta secção fazem parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Leandro de Aze-Cido Coutinho
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4H-BBC2?lang=en
Nota: Mencionado nos autos como Pai de Dulce de Azevedo Coutinho, que é irmã de Paulo de Azevêdo Coutinho, seu filho.
e
Gisiomarde Azevedo Coutinho
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4H-BBCL?lang=en
Nota: Mencionada no registo como Mãe de Dulce de Azevedo Coutinho, que é irmã de Paulo de Azevêdo Coutinho, seu filho.

Nota: Os registos de nascimento dos filhos de Leandro e Guiomar são escassos, mas localizamos os registos das suas filhas Dulce e Eunice. A partir destes registos, pudemos confirmar quem eram os pais e os avós do Leandro.

Dulce de Azevedo Coutinho
Aniversário — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4H-BBCK?lang=en
Nota: Filha, para a sua data de nascimento e confirmação dos pais e avós. (1908)

1911
Lean Dro de Azeredo Coutinho
Mentioned in the Record of de Azevedo Edilude
Aniversário — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021

https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4C-W5LD?lang=en
Nota: Leandro e a sua filha Carmen são mencionados na certidão de nascimento de um rapaz, cuja identidade era até então desconhecida.

1914
Guiomar de Azevedo Coutinho
Mencionado no Registo de DESCONHECIDO
Aniversário — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021

https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V4D-6PSG?lang=en
Nota: Possível registo de nascimento da filha de Leandro e Guiomar, Clarisse.

Eunice
Aniversário — Brasil, Bahia, Registro Civil, 1877-2021
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6V46-9R7F?lang=en
Nota: Filha, para a sua data de nascimento e confirmação dos pais e avós. (1917)

Humberto de Azevêdo Coutinho with his three children, (left to right) José Leandro, Mariza, and Carlos, circa 1960s. (Family photograph).

Os Conflitos

(10) — sete registos

NIH (National Institute of Health)
A Biblioteca Nacional de Medicina
125 anos de peste no Brasil: lições aprendidas, insights históricos
e desafios contemporâneos

por Igor Vasconcelos Rocha, Matheus Filgueira Bezerra, Marise Sobreira, Alzira Maria Paiva de Almeida
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11851657/
Nota: Para o texto.

Esta imagem de um médico da peste foi retirada deste link:
https://www.nationalgeographic.com/animals/article/140129-justinian-plague-black-death-bacteria-bubonic-pandemic

Latin American History (História da América Latina)
Road Building in Brazil (Construção de Estradas no Brasil)
por Emily Story
https://oxfordre.com/latinamericanhistory/display/10.1093/acrefore/9780199366439.001.0001/acrefore-9780199366439-e-992?p=emailAWhHANH3NNSUI&d=/10.1093/acrefore/9780199366439.001.0001/acrefore-9780199366439-e-992
Nota: Para o texto.

Lampião
https://en.wikipedia.org/wiki/Lampião
e
Maria Bonita (bandida)
https://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Bonita_(bandit)
Nota: Para o texto e as fotos.

LAB
Escritório Latino-Americano
Brasil: a Coluna Prestes na Bahia
https://lab.org.uk/brazil-the-prestes-column-in-bahia/
Nota: Para o texto e a imagem do jornal.

Horácio de Matos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Horácio_de_Matos
Nota: Para o texto e fotos.

Coluna Prestes
https://en.wikipedia.org/wiki/Coluna_Prestes
Nota: Para o texto.

Terreno em Lençóis e Usucapião

(11) — quatro registos

Reddit
Legal Advice: My grandfather’s land in Minas Gerais has had squatters living there for 40+ years. Is it still ours?
(Assessoria Jurídica: As terras do meu avô em Minas Gerais estão ocupadas por invasores há mais de 40 anos. Ainda são nossas?)
https://www.reddit.com/r/Brazil/comments/39tndd/legal_advice_my_grandfathers_land_in_minas_gerais/
Nota: Para o texto.

Etsy
MapometryCo
Chapada Diamantina National Park Panoramic Art Print: Brazil Travel Poster
(Impressão artística panorâmica do Parque Nacional da Chapada Diamantina: poster de viagem ao Brasil)

https://www.etsy.com/listing/1733895652/chapada-diamantina-national-park
Nota: Para a obra de arte.

Machado Meyer Advogados
por Fatima Tadea Rombola Fonseca, Marina Rosa Cavalli,
Iasmim De Souza Nunes, e Marina Rosa Cavalli
STJ Welcomes Action Of Usucapião Of Private Property
Without Real Estate Registration

(STJ Congratula-se com Ação de Usucapião de Propriedade Privada
Sem Registo Imobiliário)

https://www.machadomeyer.com.br/en/recent-publications/publications/real-estate/stj-welcomes-action-of-usucapiao-of-private-property-without-real-estate-registration#:~:text=The Superior Court of Justice,other requirements required by law.
Nota: Para referência.

“A usucapião é um instituto constitucionalmente garantido. Permite a aquisição de bens imóveis mediante a prova da posse exercida sem oposição e por um determinado período, para além de outros requisitos legais. Por se tratar de uma forma originária de aquisição de propriedade, não há transferência de ónus ou encargos sobre o imóvel para a usucapião. O registo da usucapião na caderneta predial, portanto, não visa a concretização da aquisição, mas sim a sua divulgação e o exercício do direito de disposição do bem, para além da regularização do próprio registo.”

A General Introduction to Real Estate Law in Brazil
(Introdução Geral ao Direito Imobiliário no Brasil)
por Pinheiro Neto Advogados 
https://www.lexology.com/library/detail.aspx?g=d95e5bc8-d57e-4ff0-9543-ad013fe64d14#:~:text=In Brazil, the right to,whoever may unlawfully hold it.
Nota: Para referência.

“No Brasil, o direito à propriedade é assegurado pelo Artigo 5º, XXII da Constituição Federal. De acordo com o Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406 de 2002), os proprietários têm o direito de usar, fruir e dispor dos seus bens, bem como de os defender contra quem os ocupe ilegalmente.”

Viajar no RMS Magdalena

(12) — cinco registos

Etsy
Mapa antigo do Oceano Atlântico de 1895
por Autor desconhecido
https://www.etsy.com/listing/1528816009/1895-antique-map-of-the-atlantic-ocean
Nota: Impresso na Alemanha em 1895.

Leandro d’ Azevedo Coutinho
Migração — Brasil, Bahia, Salvador, Relações de passagieros e imigrantes, 1855-1964
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:WH84-3MPZ?lang=en
Página do livro: 29, Página digital: 59/400
Nota: Para os dados.

SN, Ships Nostalgia (SN, Nostalgia dos Navios)
SS MAGDALENA Rota em 1900
https://www.shipsnostalgia.com/threads/ss-magdalena-route-in-1900.23933/
Nota: Para os dados.

RMS Magdalena (1889)
https://en.wikipedia.org/wiki/RMS_Magdalena_(1889)
Nota: Para o texto.

Alfredo V de Azevedo Coutinho
Migração — Brasil, Bahia, Salvador, Relações de passagieros e imigrantes, 1855-1964
https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:WS83-GKW2?lang=en
Nota: Para referência.

Em Salvador, Leandro Muda de Profissão

(13) — sete registos

Facebook
Amo a História de Salvador
oor Louti Bahia
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2630913453614695&id=729832370389489&set=a.729839003722159
Nota 1: Para referência fotográfica.
Nota 2: A legenda original da foto dizia: “As belas casas que existiam no antigo bairro de Jardim de Nazaré na década de 1930.”

Fourth Brazilian Republic (Quarta República Brasileira)
https://en.wikipedia.org/wiki/Fourth_Brazilian_Republic
Nota: Para o texto.

Convenção do Património Mundial da UNESCO
Centro Histórico de Salvador da Bahia
Nota: Para referência.

Nazaré (vizinho)
https://en.wikipedia.org/wiki/Nazaré_(neighbourhood)
Nota: Para o texto.

Youtube.com
CTAv Centro Técnico Audiovisual
Cidade do Salvador (1949, dir. Humberto Mauro)
https://www.youtube.com/watch?v=Qf2vyJLy_Eo

It’s All True (film)
É Tudo Verdade (filme)
https://en.wikipedia.org/wiki/It%27s_All_True_(film)
Nota: Para referência.

(Esta é uma imagem de exemplo — veja o link abaixo para ver o vídeo).

Youtube.com
Orson Welles – Quatro Homens numa Jangada
por Carlos J. Carpio L
https://www.youtube.com/watch?v=GtaYuirQNpo
Notas: Este é um dos melhores excertos de todo o filme rodado em 1941. A parte introdutória explica o contexto, e as cenas com Welles começam aos 2:35. (A duração total é de 9:55).

Pedra de Toques

(14) — três records

> A fotografia de família nesta secção faz parte da coleção pessoal de fotografias de família.

Jacaranda copaia
https://en.wikipedia.org/wiki/Jacaranda_copaia
Nota: Para referência.

Alamy
Jacaranda mimosifolia 
Gravura a cobre colorida à mão por Weddell, a partir de uma ilustração
de John Curtis, da revista “Botanical Magazine”
por Samuel Curtis, Londres, 1822.
https://www.alamy.com/trinidad-fern-tree-jacaranda-mimosifolia-oval-leaved-jacaranda-jacaranda-ovalifolia-handcoloured-copperplate-engraving-by-weddell-after-an-illustration-by-john-curtis-from-samuel-curtiss-botanical-magazine-london-1822-image331462351.html?imageid=6592413D-131B-46C4-808D-92A84A7B07F9&pn=1&searchId=006951c8677a72657123955a412ba84c&searchtype=0
Nota: Para referência.

A Linha do Coutinho / Oliveira, Uma Narrativa — Capítulo Um

Este é o Capítulo 1 de 3, sendo o primeiro da nossa série de narrativas genealógicas que abordam o sul da Europa e a América do Sul. Assim, esta será também a nossa primeira história familiar bilíngue, escrita em dois formatos.

No total, são 6 capítulos: o primeiro conjunto de 3 capítulos está escrito em inglês e é intitulado Um, Dois e Três. O segundo conjunto de 3 capítulos está traduzido para o português e é intitulado como Primeiro, Segundo, Terceiro.

Após o nosso casamento, comemoramos no restaurante Zuni em São Francisco, Califórnia.
(Fotografia de família).

Entrelaçados

Quando nos casamos em 2008, já tínhamos passado dez anos juntos como casal. Enquanto digito estes capítulos no computador, percebo que estamos nos aproximando de 30 anos juntos como família. Então, o que significa ter uma família como a nossa? Especialmente uma em que, por meio de pesquisas, descobrimos longas histórias familiares que remontam a centenas de anos?

Meu marido, Leandro, é do nordeste do Brasil, do estado da Bahia, e eu [Thomas] sou do nordeste do EUA, do estado de Ohio — e por muitos anos moramos em vários lugares: Califórnia, Ohio, Havaí, Brasil e agora Portugal.

Nossas famílias estão interligadas como duas fitas que se entrelaçaram ao longo do tempo, criando um forte cordão de seda que nos une. Este capítulo trata das linhagens familiares que se originam do lado de Leandro; primeiro em Portugal e depois no Brasil. (1)

— Thomas

A Batalha de Aljubarrota (Castela vs. Portugal, 1385), por Jean d’Wavrin (Chronique d’Angleterre).
(Imagem cedida pela Sociedade Histórica Britânica de Portugal).
A “Batalha de Aljubarrota [foi] travada entre Portugal e Castela perto do mosteiro da Batalha, [e recebeu] esse nome precisamente por ter sido vencida por Portugal com a ajuda de arqueiros ingleses com experiência francesa, no que viria a ser chamado de Guerra dos Cem Anos”. Esta vitória assegurou ao Reino de Portugal a soberania contra as ambições dos seus vizinhos.

Qual o Significado do Sobrenome Coutinho em Portugal?

A história mais aprofundada desta família tem sido esclarecedora. Pelo lado paterno, o pai de Leandro, Paulo, tem o clássico sobrenome português Coutinho. Este nome está ligado aos de Azevedo (ou à variante ortográfica) de Azeredo. [Note a diferença entre a letra v ou r intermediária]. Isso nos levou a muitas descobertas interessantes, mas antes de prosseguirmos, precisamos fornecer algumas informações gerais.

“O sobrenome Coutinho é de origem portuguesa, pertencendo à classe toponímica de sobrenomes, que derivam do local onde o portador original viveu ou possuía terras. Especificamente, Coutinho vem de uma forma diminutiva de couto, que se referia a um local cercado ou fechado, como uma reserva de caça ou uma área protegida. Portanto, Coutinho originalmente denotava alguém que vivia perto ou estava associado a uma pequena área cercada ou reserva.” (Wisdom Library)

A Wikipédia também nos diz que “Coutinho é um sobrenome nobre de língua portuguesa. É do latim tardio cautum, do particípio passado de cavere para tornar seguro.” (Wikipédia) (2)

À esquerda e à direita: Fotografias das ruínas do Castelo de Marialva, no distrito da Guarda, região central de Portugal. Ao centro: O rei Fernando I de Portugal (cerca de 1450), que criou o cargo de Marechal do Reino de Portugal, que posteriormente se tornou o de Conde de Marialva.

Os Marechais do Reino de Portugal

O cargo de Marechal do Reino de Portugal foi criado pelo Rei Fernando I de Portugal em 1382, no âmbito da reorganização dos altos escalões do exército do Reino de Portugal. O Marechal era subordinado diretamente à Condestável de Portugal, sendo o principal responsável pelas questões administrativas de alto nível, incluindo o alojamento das tropas, o abastecimento e outros assuntos logísticos.

O Comandante Gonçalo Vasques de Azevedo foi nomeado o primeiro Marechal do Reino em 1382. Este título passou então a ser conhecido como Conde(s) de Marialva. O cargo passou posteriormente para o seu genro, Dom Gonçalo Vasques Fernandes Coutinho — este cargo manteve-se na família Coutinho até à União Ibérica de 1580.

  • Dom Gonçalo Vasques Fernandes Coutinho, Primeiro Conde de Marialva, (cerca de 1385—cerca de 1450). Em 1412, Fernandes Coutinho casou-se com Dona Maria de Sousa (falecida em 1472), filha natural de Lopo Dias de Sousa, mestre da Ordem de Cristo.
  • Dom Gonçalo Coutinho, Segundo Conde de Marialva, (cerca de 1415 — 20 de janeiro de 1464). Ele morreu em Tânger, Marrocos. Gonçalo era casado com Beatriz de Melo, filha de Martim Afonso de Melo e Briolanja de Sousa.
  • Dom João Coutinho, Terceiro Conde de Marialva, (cerca de 1450 — 24 de agosto de 1471).
  • Dom Francisco Coutinho, Quarto Conde de Marialva, (cerca de 1480 — 19 de fevereiro de 1543). Ele se casou com Beatriz de Meneses, 2ª Condessa de Loulé.
  • Dona Guiomar Coutinho, 5ª Condessa de Marialva, 3ª Condessa de Loulé, que se casou com Fernando, Duque da Guarda (1510-1534). Ele era filho de Manuel I e ​​Maria de Aragão. (Parte do Castelo da Guarda ainda existe até hoje).
Brasão de armas de Coutinho, concedido a Dom Vasco Fernandes Coutinho (nascido em 1385)
pelo Rei Afonso V de Portugal em 1440. (Ver notas de rodapé para todas as fontes).

À primeira vista, pensámos que este brasão contemporâneo era um pouco plain Jane (em português, poderia dizer que necessita de sal e pimenta.). Depois, percebemos que é assim que a autenticidade se manifesta.

Observação da Investigação: É bastante surpreendente, na investigação genealógica, encontrar um caso em que se possa identificar especificamente a origem e a formalização de um apelido de família por decreto real (neste caso, por volta de 1382). Antes deste período, a maioria das famílias comuns não possuía apelidos propriamente ditos.

*Quase todos os descendentes com o nome Coutinho em Portugal descendem provavelmente da linhagem familiar deste homem. O Google indica que este período, desde então até hoje, abrange cerca de 650 anos. (Considerando uma diferença de aproximadamente 25 anos entre gerações, isso permite cerca de 26 gerações de Coutinho(s). (3)

A Antiga Heráldica da Família Coutinho

“A heráldica é praticada em Portugal pelo menos desde o século XII, mas só se tornou padronizada e popularizada no século XVI, durante o reinado de Manuel I de Portugal, que criou as primeiras ordenanças heráldicas no país. Tal como noutras tradições heráldicas ibéricas, a utilização de quartéis e aumentos de honra é muito representativa da heráldica portuguesa, mas, ao contrário de outras tradições ibéricas, a utilização de brasões heráldicos é extremamente popular.”

O Importante Significado do Livro do Armeiro-Mor
O Livro do Armeiro-Mor é um manuscrito iluminado que data de 1509, [criado] durante o reinado de D. Manuel I de Portugal. O códice é um armorial, uma colecção de brasões, da autoria do Rei de Armas, D. João do Cró. É considerado uma das obras-primas dos manuscritos iluminados preservados em Portugal… [É] o mais antigo armorial português que sobreviveu até aos dias de hoje, sendo a fonte mais antiga que temos relativamente a certos brasões, e também pela beleza das suas magníficas iluminuras, sendo considerado o mais importante armorial português. Tem sido chamado o monumento supremo daquilo a que podemos chamar cultura heráldica portuguesa.

Armorial do Conde de Marialva (Coutinho), do fólio 48 do Livro do Armeiro-Mor,
cerca de 1509, de João do Cró para D. Manuel I de Portugal.

A obra… foi confiada à guarda do Armeiro-Mor, Álvaro da Costa, nomeado em 1511, em cuja família o cargo e a custódia do livro permaneceram por mais de dez gerações. Por esta razão, o Livro do Armeiro-Mor escapou ao grande terramoto de Lisboa de 1755, que destruiu, entre muitas outras coisas, a Chancelaria da Nobreza.” (Wikipédia)

Pode observar-se que algumas representações de brasões apresentam o escudo inclinado e a adição de outros elementos decorativos, o que torna a heráldica portuguesa única. Estes elementos, no entanto, foram adicionados por licença artística pelo(s) artista(s) original(ais) que criaram o Livro do Armeiro-Mor. Nota-se ainda que as estrelas não têm 5 pontas, mas sim 7. Assim sendo, estas alterações e adições não fazem parte dos critérios fundamentais originais de um brasão.

Qual o significado das cores?
As cores em heráldica são chamadas de tinturas. As palavras do francês antigo eram utilizadas para descrever as cores do fundo, que passaram a ter significados diferentes. O vermelho era a cor do guerreiro e da nobreza, o azul a da verdade e da sinceridade, o preto a da piedade e do conhecimento, e o verde a da esperança e da alegria. Atualmente, a heráldica portuguesa possui sete cores (tinturas), incluindo dois metais (ouro e prata) e cinco cores (azul, vermelho, roxo, preto, e verde).

  • Estucheon, o formato do escudo. “Desde tempos remotos que o escudo com fundo arredondado é o formato preferido para exibir o brasão de armas em Portugal, fazendo com que este formato seja frequentemente designado por escudo português”.
  • Helm, a parte superior central deste formato, onde as gerações futuras poderiam acrescentar elementos para representar a sua família.
  • Charge, não existe figura, apenas um campo amarelo (ouro).
  • Ordinários, nesta família, existiam 5 estrelas num campo amarelo (ouro), os desenhos que apareciam no campo. Uma estrela com cinco pontas e lados rectos é designada por estrela de cinco pontas.

Nota: Para uma história interessante sobre o porquê de ter surgido a necessidade da heráldica na história inglesa, ver o capítulo, The Ancient Bonds of Erth — One, Family Heraldry. Este capítulo aborda o pensamento simbólico num mundo pré-letrado, o significado de várias formas e cores e o que é, de facto, um brasão de armas, em contraste com um brasão de família. As mesmas razões para estas afirmações aplicam-se, de forma paralela, ao Reino de Portugal, embora fosse um país diferente.(https://ourfamilynarratives.com/2022/06/13/the-ancient-bonds-of-erth-one-family-heraldry/)

Brasões das principais famílias da nobreza portuguesa no Thesouro de Nobreza, 1675. Note-se que a família Coutinho aparece no canto inferior direito da página. O elmo no topo do brasão da família Coutinho parece mostrar um leão vermelho segurando uma coroa de louros. (Imagem cortesia da Wikipédia).

Existem extensos registos sobre as classes nobres de Portugal nos três volumes da obra intitulada Nobreza de Portugal e Brasília. Estes livros apresentam os apelidos acima descritos, entre outros.

“A nobreza portuguesa era uma classe social consagrada nas leis do Reino de Portugal, com privilégios, prerrogativas, obrigações e regulamentos específicos. A nobreza ocupava a posição imediatamente inferior à da realeza e estava subdividida em diversas subcategorias, incluindo a nobreza titulada e a nobreza de sangue no topo, e a nobreza civil na base, abrangendo uma pequena, mas considerável, parcela da população portuguesa.

A nobreza era uma classe social aberta e regulada. O acesso a ela dependia do mérito familiar ou, mais raramente, individual, e da comprovada lealdade à Coroa, na maioria dos casos ao longo de gerações. O acesso formal era concedido pelo monarca através de cartas de enobrecimento, e o estatuto de uma família dentro da classe nobre era determinado por serviços contínuos e significativos prestados à Coroa e ao país.” (Wikipédia)

As categorias da nobreza titulada abaixo da Família Real, embora semelhantes às de outros países europeus, têm as suas peculiaridades em Portugal. Estão aqui listadas por ordem hierárquica e foram ligeiramente simplificadas para esta história familiar. Eis apenas alguns exemplos de um nobre de cada categoria:

  • Ducados — O Duque de Viseu, criado em 1415.
  • Marquisatos — O Marquês de Pombal, criado em 1769. Renomado pela reconstrução de Lisboa após o terramoto, tsunami e incêndio de 1755 que destruíram a cidade.
  • Condados — A família Coutinho como Condes de Marialva, criada em 1440.
  • Viscondados — O Visconde de São Jorge, criado em 1893.
  • Baronias — O Barão da Serra da Estrela, criado em 1818. (4)
O teto da Sala dos Brasões, no Palácio Nacional de Sintra, em Portugal.
(Imagem cedida por Lifecooler).

Somos Descendentes de Duas das 72 Famílias da Nobreza Portuguesa

A família Coutinho uniu-se posteriormente, através do casamento, a outra família da mesma classe nobre. Conhecida por ambas as grafias do apelido, Azerêdo ou Azevêdo, esta consolidação criou a Casa de Azerêdo-Coutinho. O brasão de armas de cada família está exposto no Palácio Nacional de Sintra. “…O Rei Manuel I criou a Sala dos Brasões entre 1515 e 1518, utilizando a riqueza gerada pelas expedições exploratórias da Era dos Descobrimentos. A sala apresenta um magnífico teto abobadado de madeira decorado com 72 brasões do Rei e das principais famílias nobres portuguesas.”

Armorial de Azevedo, do fólio 61 do Livro do Armeiro-Mor, cerca de 1509, de João do Cró
para D. Manuel I de Portugal.

Ao longo desta história, temos vindo a focar-nos na linhagem paterna da família Coutinho. Temos também informações interessantes para partilhar sobre o lado materno, a família Oliveira…

Qual o Significado do Apelido Oliveira em Portugal?

“Oliveira é um apelido português (e galego), utilizado nos países de língua portuguesa e, em menor escala, nas antigas colónias portuguesas e espanholas. A sua origem está na palavra latina olivarĭus, que significa oliveira. A sua primeira utilização documentada remonta ao século XIII, com o nobre de Évora Pedro de Oliveira e o seu filho, o arcebispo de Braga, D. Martinho Pires de Oliveira. Investigações adicionais sobre a sua origem mostram que deriva de antigos aristocratas romanos da gens* Oliva (*Indivíduos que partilhavam a mesma descendência de um antepassado comum).”

À esquerda: Escudos das doze tribos de Israel, de uma obra publicada por Pieter Mortier em Amesterdão, 1705. À direita: Heráldico de Oliveira, do fólio 128 do Livro do Armeiro-Mor, cerca de 1509, de João do Cró para o Rei Manuel I de Portugal. Oliveira encontra-se na última secção, que documenta as “Casas de categoria menor e nobreza mais recente. Estas não eram, em 1509, grandes Casas senhoriais; eram linhagens cujos filhos ocupavam cargos menores na corte ao longo dos séculos XIV e XV”. (Wikipédia)

Além disso, este apelido remete-nos para os tempos bíblicos, em que a oliveira sempre foi muito importante para a cultura hebraica. Uma das doze tribos hebraicas, [conhecida por Asher], tinha uma oliveira no brasão. Esta é uma forte evidência de que o nome da tribo hebraica Aser foi provavelmente transliterado para o apelido português Oliveira, para melhor se adequar à sociedade e cultura cristãs portuguesas.

Em português, de Oliveira pode, portanto, referir-se tanto à oliveira como a proveniente da oliveira. No português arcaico, encontramos registos de apelidos com variações na grafia, como Olveira e Ulveira. No tempo de Dinis I, rei de Portugal em 1281, a família Oliveira era já ‘uma família antiga, ilustre e honrada’, como demonstram os Livros de Inquisição do Rei.

Comentário: Tenho refletido sobre o que a minha sogra, Lindaura, teria pensado sobre esta próxima parte da história. Não sabemos o quanto ela conhecia realmente da história da sua família… No entanto, um facto muito específico que certamente se poderia saber sobre ela é que era uma católica romana muito, muito devota. (Todos os seus caminhos conduziam a Roma). Esta parte seguinte foi uma espécie de revelação para nós.

“É importante referir que os descendentes das [12 Tribos de Israel] se estabeleceram intencionalmente entre a Galiza [noroeste de Espanha] e Portugal por duas razões: primeiro, porque estavam no interior e longe dos grandes centros de Espanha, onde começaram os primeiros assassinatos de judeus (pogroms). Estes pogroms foram promovidos por padres católicos fanáticos das ordens dominicana e carmelita, que incitavam a população cristã ignorante a matar os judeus convertidos e os judeus não convertidos. Segundo, a Galiza e Portugal davam liberdade para atravessar as fronteiras entre os diferentes países, de acordo com as leis de cada Estado.” (Wikitree) Isto levou a que esta população fosse historicamente classificada como judeus sefarditas.

Observação da pesquisa: Sabemos que este apelido é muito antigo em Portugal, no entanto ainda não sabemos quando se liga à linhagem da qual descende a nossa família. Podemos ser do ramo mais antigo, ou do ramo de pessoas que adotaram este apelido durante os períodos de opressão, ou ambos.

Os monarcas ibéricos responsáveis ​​pela expulsão dos judeus de Portugal.
À esquerda: Rei Manuel I de Portugal, por Colijn de Coter, cerca de 1515. Ao centro: Rainha Isabel I de Espanha, por pintor desconhecido, cerca de 1490. À direita: Rei Fernando II de Espanha, por Michael Sittow, cerca de 1450. (Ver notas de rodapé).

Judeus sefarditas
Os apelidos Oliveira, de Oliveira e d’Oliveira foram historicamente utilizados pelos judeus que se fixaram em Portugal e Espanha e adotaram uma forma traduzida do seu apelido para ocultar a sua origem judaica. Os judeus sefarditas são uma população judaica da diáspora associada às comunidades judaicas históricas da Península Ibérica (Espanha e Portugal) e aos seus descendentes. O termo sefardita vem de Sefarad, a palavra hebraica para Ibéria. Estas comunidades floresceram durante séculos na Ibéria até serem expulsas no final do século XV. (Com o tempo, o termo sefardita passou também a referir-se de forma mais ampla aos judeus, particularmente no Oriente Médio e no Norte da África, que adotaram os costumes religiosos e as tradições jurídicas sefarditas, muitas vezes devido à influência dos exilados).

Em 1492, o Decreto de Alhambra, dos Reis Católicos, expulsou os judeus de Espanha e, em 1496, o Rei Manuel I de Portugal emitiu um édito semelhante*. De Oliveira era um dos apelidos de conversos adotados pelas famílias sefarditas após a conversão (frequentemente forçada) ao cristianismo [catolicismo romano]. Esta prática era uma forma de evitar a Inquisição Portuguesa [com elevada probabilidade de] perseguição e possível tortura, caso fossem considerados não católicos.

Ficamos a saber pelo historiador Laurence Bergreen no seu livro, Além do Limite do Mundo (Over The Edge of the World), que “as políticas mais severas de Manuel diziam respeito aos judeus de Portugal, que se destacavam como cientistas, artesãos, comerciantes, estudiosos, médicos e cosmógrafos. Em 1496, quando o rei Manuel desejou tomar a filha de Fernando e Isabel como esposa, foi-lhe dito que só o poderia fazer sob a condição de ‘purificar’ Portugal expulsando os judeus, tal como a Espanha fizera quatro anos antes. Em vez de perder este valioso segmento da população, Manuel incentivou as conversões ao cristianismo — conversões forçadas, em muitos casos. (Bergreen, ver notas de rodapé).

*Tanto o édito espanhol como o português ordenavam aos seus respectivos residentes judeus que escolhessem uma de apenas três opções: 1) Converter-se ao catolicismo e, por conseguinte, ter permissão para permanecer no reino; 2) Permanecer judeu e ser expulso dentro do prazo estipulado; ou 3) Ser sumariamente executado. (Wikitree)

Uma gravura mostra a queima de hereges pela Inquisição Portuguesa.
(Imagem cedida por Turning Portuguese via BBC News e Wikipedia).

Apesar dos apelidos conversos, as pessoas não estavam seguras.
Em 1506, uma multidão lisboeta invadiu um dos antigos bairros judeus da cidade e massacrou cerca de 3.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Sob o reinado de João III, herdeiro de Manuel, a Inquisição foi instaurada em Portugal em 1536, com o foco nos cristãos-novos suspeitos de praticarem secretamente a sua antiga fé. Acredita-se que mais de 40.000 pessoas foram acusadas pela Inquisição, que durou até 1821, embora o último julgamento público tenha ocorrido em 1765. (BBC News)

Segundo a historiadora Anita Novinsky, da Universidade de São Paulo, especialista na Inquisição Portuguesa, 1 em cada 3 portugueses que chegaram ao Brasil nas primeiras décadas do século XVI… eram de ascendência judaica. Os de Oliveira concentravam-se sobretudo na Região Nordeste e em Minas Gerais, no sudeste do Brasil. As próprias crónicas da época atestam a presença de famílias Levi, Levy e de Oliveira em grande número no Brasil colonial.” (Toda a informação acima, exceto a da BBC News e do Wikitree, foi extraída da Wikipédia).

“O apelido Oliveira é o terceiro mais comum no Brasil e o sexto em Portugal.” (Família Oliveira Ledo, ver notas de rodapé). (6)

À esquerda: Retrato de Henrique, o Navegador, atribuído ao pintor Nuno Gonçalves, cerca de 1450-1470; ao centro: Cristóvão Colombo, por pintor desconhecido, cerca de 1519; O Papa Júlio II, por Rafael, cerca de 1511. (Ver notas de rodapé).

Todos os Olhos Voltados Para o Horizonte

“Os portugueses começaram a explorar sistematicamente a costa atlântica de África em 1418, sob o patrocínio do Infante D. Henrique, o Navegador. Em 1488, Bartolomeu Dias chegou ao Oceano Índico por esta via.”

“Em 1492, os Reis Católicos da Espanha financiaram o plano do navegador genovês Cristóvão Colombo de navegar para oeste e alcançar as Índias, atravessando o Atlântico. Colombo encontrou um continente inexplorado pelos europeus (embora tivesse sido explorado e colonizado temporariamente pelos nórdicos 500 anos antes). Portugal rapidamente reivindicou estas terras nos termos do Tratado de Alcáçovas, mas Castela conseguiu persuadir o Papa, que era castelhano, a emitir quatro bulas papais para dividir o mundo em duas regiões de exploração, onde cada reino teria direitos exclusivos sobre as terras recém-descobertas. Estas bulas foram modificadas pelo Tratado de Tordesilhas, ratificado pelo Papa Júlio II. É importante realçar que, na época, nenhum destes exploradores conhecia a verdadeira extensão do Novo Mundo.

Mapa-mundo em Planisfério, de Francesco Rosselli, cerca de 1508. A linha azul à extrema esquerda representa a Linha do Tratado de Tordesilhas, 1494. A linha amarela tracejada representa a Linha de Demarcação da Bula Papal Inter Caetera, 1493. A linha rosa representa o Tratado de Saragoça, 1529. (Imagem do mapa cortesia do Wikimedia Commons.)

Em 1498, uma expedição portuguesa comandada por Vasco da Gama chegou à Índia navegando à volta da África, abrindo o comércio direto com a Ásia. Enquanto outras frotas exploratórias eram enviadas de Portugal para o norte da América do Norte, as Armadas Portuguesas das Índias Orientais também expandiram esta rota oceânica oriental, chegando à América do Sul e abrindo um circuito do Novo Mundo à Ásia (iniciado em 1500 por Pedro Álvares Cabral), para além de explorarem ilhas do Atlântico Sul e do Oceano Índico Meridional. Os portugueses navegaram ainda mais para leste, até às valiosas Ilhas das Especiarias em 1512, desembarcando na China um ano depois. O Japão foi alcançado pelos portugueses em 1543. A exploração do leste e do oeste sobrepôs-se em 1522, quando uma expedição espanhola navegando para oeste, liderada pelo navegador português Fernão de Magalhães (e, após a sua morte no que são hoje as Filipinas, pelo navegador Juan Sebastián Elcano), completou a primeira circum-navegação do mundo.

À esquerda: Retrato de Vasco da Gama, de artista desconhecido, cerca de 1525. Centro: Ilustração contemporânea de Pedro Álvares Cabral, cerca de 1900. (Não se conhecem retratos dele). À direita: Retrato de Fernão de Magalhães, criado entre 1550 e 1625, após a sua morte. (Ver notas de rodapé).

Os conquistadores espanhóis exploraram o interior das Américas e algumas ilhas do Pacífico Sul. O seu principal objetivo era interromper o comércio português no Oriente.”

Em síntese, “Como um dos primeiros participantes da Era dos Descobrimentos, Portugal fez vários avanços seminais na ciência náutica. Os portugueses estiveram, mais tarde, entre os primeiros europeus a explorar e a descobrir novos territórios e rotas marítimas, estabelecendo um império marítimo de povoações, colónias e entrepostos comerciais que se estendia principalmente ao longo das costas do Atlântico Sul e do Oceano Índico.” (Wikipédia) (7)

“O mar que tem fim pode ser grego ou romano,
mas o mar sem fim é português.”

atribuído ao poeta e escritor português Fernando Pessoa

A Partir de 1500… os Coutinho Como Colonizadores do Novo Mundo

O Brasil é um país notavelmente antigo quando comparado com um país como os Estados Unidos, que se acredita ter cerca de metade da idade do Brasil. Atualmente, estes países têm uma característica importante em comum: ambos são repúblicas democráticas inspiradas pela imigração e cada um tem a sua própria Constituição. Inicialmente, cada um destes locais era uma colónia distante de um reino europeu remoto, e os caminhos que cada um percorreu até aos dias de hoje são bastante diferentes. (8)

Mapa do Brasil no Atlas de Miller de 1519, de Lopo Homem.
(Imagem cortesia do Bibliothèque Nationale de France, via Wikimedia).

O Brasil Antigo: Das Capitanias Coloniais à Primeira República

A Coroa portuguesa, assim como outros reinos marítimos, considerava a extração de recursos a principal razão para manter uma colónia. Por outras palavras, desejavam todos os recursos e a riqueza que isso proporcionava. “O Brasil colonial, por vezes referido como América Portuguesa, compreende o período de 1500, com a chegada dos portugueses (à cidade que então denominaram Porto Seguro), até 1822, quando o Brasil foi elevado à condição de reino em união com Portugal. Durante os 300 anos de história colonial brasileira, as principais atividades económicas do território basearam-se, inicialmente, na extração de pau-brasil (ciclo do pau-brasil), que deu nome ao território; na produção de açúcar (ciclo do açúcar); e, por fim, na mineração de ouro e diamantes (ciclo do ouro). Os escravos, sobretudo os trazidos de África, constituíram a maior parte da força de trabalho da economia exportadora brasileira, após um breve período inicial de escravatura indígena para o corte do pau-brasil.”

Série de Oito Figuras, de Albert Eckout, 1641. (Imagens cedidas pelo Museu Nacional da Dinamarca, via Academia Khan).

“Em 1630, os holandeses conquistaram a próspera região produtora de cana-de-açúcar no nordeste da colónia portuguesa do Brasil. Embora tenha durado apenas 24 anos, a colónia holandesa resultou numa produção artística significativa. O governador Johan Maurits van Nassau-Siegen trouxe o artista Albert Eckhout ao Brasil para documentar a flora, a fauna,
o povo e os costumes locais.”

“A partir do início do século XVI, a monarquia portuguesa utilizou as capitanias — concessões de terras com amplos privilégios de governo — como instrumento para colonizar novas terras… A história das capitanias é turbulenta, refletindo a necessidade dos reis de Portugal, um pequeno país europeu, de colonizar e governar uma vasta extensão da América do Sul. Ao longo do início da era colonial, as capitanias foram concedidas, divididas, subordinadas, anexadas e abandonadas. Em 1548-49, quando a capitania da Baía de Todos os Santos (Bahia) regressou à Coroa devido a um massacre, por indígenas canibais, do seu donatário, Francisco Pereira Coutinho (nomeado a 5 de Março de 1534), e dos seus colonos, o rei Dom João III estabeleceu um governador real (mais tarde governador-geral) na Baía.”

Em 1549, houve mais problemas com os povos nativos locais, e para encurtar uma história complicada — o capitão Francisco Pereira Coutinho “foi devorado pelos Tupinambá num banquete canibal” (!)

Mapa de Capitanias Hereditarias Por Luiz Teixeira, por volta de 1574. Em 1549,
as Capitanias do Brasil foram unidas no Governo Geral do Brasil,
onde eram capitanias provinciais do Brasil. Na lista à direita do mapa, a família Coutinho aparece como a sétima entrada para a Bahia. (Mapa cortesia da Wikipédia).

O Brasil tornou-se independente de Portugal com a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro em 1825. Durante três anos houve “uma série de acontecimentos políticos e militares que levaram à independência”, tendo por base a data de 7 de setembro de 1822, “quando o príncipe regente Pedro de Bragança declarou a independência do país do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves nas margens do ribeiro do Ipiranga… no que ficou conhecido como o Grito do Ipiranga.” (9)

A Cidade de Cachoeira na Província da Baía. (Imagem cortesia de O Globo | Cultura).

As Famílias Coutinho e As Famílias Oliveira Imigram para o Brasil.

A Região Nordeste do Brasil foi a primeira área de descoberta no Brasil, quando chegaram cerca de 1.500 portugueses a 22 de abril de 1500. Em meados do século XVI, colonos de Espanha e de Portugal, Olinda e Itamaracá fundaram Filipéia de Nossa Senhora das Neves (hoje João Pessoa) na foz do rio Paraíba do Norte.

A Família Coutinho
É certo que famílias com o apelido Coutinho imigraram para o Brasil durante o período colonial, como já escrevemos a propósito da morte macabra de Francisco Pereira Coutinho, da Capitania da Baía (ver acima). “Ao saber da morte de Pereira Coutinho, o Rei João apropriou-se imediatamente da capitania do seu herdeiro, Manuel Pereira Coutinho, em troca de uma pensão hereditária de 400 mil reais. [A família não tinha qualquer interesse em permanecer nas Américas de qualquer forma.]” (Wikipédia) Com este conhecimento, estamos certos de que a linhagem da família Coutinho começa noutro lugar do Brasil. Só não sabemos ainda quem foi o primeiro imigrante desta linhagem, nem onde nasceu, até que se encontrem mais registos.

A Família Oliveira como Conversos no Brasil
A história dos judeus no Brasil é bastante longa e complexa, pois estende-se desde o início da colonização europeia no novo continente. Embora apenas os cristãos batizados estivessem sujeitos à Inquisição, os judeus começaram a estabelecer-se no Brasil quando a Inquisição chegou a Portugal, no século XVI. Chegaram ao Brasil durante o período de domínio holandês, estabelecendo no Recife a primeira sinagoga das Américas, a Sinagoga Kahal Zur Israel, logo em 1636. Como colónia de Portugal, o Brasil foi afetado pelos 300 anos de repressão da Inquisição Portuguesa, [que rapidamente] alargou o seu âmbito de operações de Portugal às possessões coloniais portuguesas, incluindo o Brasil, Cabo Verde e Goa, onde continuou a investigar e a julgar casos baseados em alegadas violações do catolicismo romano ortodoxo até 1821.

Centro: Frontispício da primeira edição de A Riqueza das Nações, de Adam Smith, 1776. Em cima ao fundo: Imagem da revista Smithsonian, Mestres do Açúcar num Novo Mundo. Em baixo ao fundo: Engenho de açúcar em Pernambuco, por Franz Post, séc. (Ver notas de rodapé).

A maioria dos colonizadores portugueses no Brasil, que ao longo de todo o período colonial tendiam a ser originários do norte de Portugal, migraram para a região nordeste do país para estabelecer as primeiras plantações de cana-de-açúcar. Na sua obra “A Riqueza das Nações”, Adam Smith atribuiu grande parte do desenvolvimento da indústria e do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil à chegada de judeus portugueses que foram expulsos de Portugal durante a Inquisição.

Curiosamente, e de certa forma ironicamente, muitos dos judeus que eram judeus sefarditas fugiram da Inquisição em Espanha e em Portugal para a liberdade religiosa dos Países Baixos. De 1630 a 1654, os holandeses controlaram uma longa faixa da costa nordeste brasileira. Em 1648-49, os brasileiros [portugueses] derrotaram os holandeses na primeira e segunda batalhas de Guararapes e recuperaram gradualmente as colónias portuguesas do Brasil. (Derivado de Wikitree e Wikipédia) (10)

Muitas outras nacionalidades europeias, bem como muitos japoneses, imigraram para o Brasil durante os séculos XIX e XX. (Ver notas de rodapé).

Historicamente, Porque é que os Portugueses se Sentiram Atraídos pelo Brasil?

Os portugueses não foram os únicos imigrantes no Brasil, embora sejam o foco desta história familiar. Ficámos a conhecer alguns pormenores que gostaríamos de discutir para contextualizar o longo e contínuo fluxo migratório de Portugal, na Europa, para o Brasil, na América do Sul:

  • “Desde 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, até à sua independência em 1822, estabeleceram-se no Brasil entre 500.000 e 700.000 portugueses, dos quais 600.000 chegaram só no século XVIII.
  • Entre 1820 e 1876 entraram no Brasil 350.117 imigrantes. Destes, 45,73% eram portugueses, [quando] o número total de imigrantes por ano era em média de 6.000.
  • De 1877 a 1903, chegaram quase dois milhões de imigrantes, a um ritmo de 71.000 por ano.
  • De 1904 a 1930, vieram para o Brasil 2.142.781 imigrantes; os portugueses representaram 38% das entradas…” (Family Search)
Gravuras realizadas dois anos após o Terramoto de Lisboa de 1755. Fila superior, da esquerda para a direita: Ruínas de: Igreja de São Nicolau, Igreja de São Paulo, Praça Patriarcal.
Fila inferior, da esquerda para a direita: Catedral de Lisboa, Torre de São Roque ou Torre do Patriarca, Ópera Real. Gravuras do artista francês Jacques Philippe Le Bas, 1757.
(Imagens cedidas por get Lisbon).

Depois do terramoto de Lisboa de 1755 ter devastado a cidade, Portugal nunca mais foi o mesmo. Foi (sem trocadilhos) literalmente desenraizado como uma cidade de classe mundial. Ao longo dos séculos, começou a enfrentar graves problemas económicos, instabilidade financeira e turbulência política, o que levou muitos a procurar oportunidades noutros locais. Assim, o Brasil tornou-se um destino importante para aqueles que fugiam da pobreza e procuravam uma vida melhor. Esta sensação de instabilidade impulsionou muitos a emigrar. (Adaptado de Instituto de Ciências Sociasis).

“Os portugueses-brasileiros são cidadãos brasileiros cuja ascendência tem origem total ou parcial em Portugal. A maioria dos portugueses que chegaram ao Brasil ao longo dos séculos procurava oportunidades económicas. Embora presentes desde o início da colonização, os portugueses começaram a migrar para o Brasil em maior número e sem apoio do Estado no século XVIII.”

A maioria fixou-se nos centros urbanos, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, trabalhando sobretudo como pequenos comerciantes, lojistas, carregadores, sapateiros e motoristas. Um número menor tornou-se mineiro de carvão, trabalhador de laticínios e pequeno agricultor fora das áreas urbanas. As convulsões em Portugal após a Revolução de 1910 e o estabelecimento da Primeira República Portuguesa provocaram um êxodo temporário de portugueses para o Brasil.” (Wikipédia)

No próximo capítulo, avançamos com o que sabemos sobre as famílias Coutinho e de Azevedo. As suas vidas desenrolam-se nos estados brasileiros de Minas Gerais, Bahia e Paraíba. Ao contrário de muitas linhagens familiares que pesquisámos noutros capítulos, aprendemos muito sobre elas através das linhagens das suas avós, e não dos seus avôs. (11)

A seguir são apresentadas as notas de rodapé para os Materiais de Fonte Primária, Notas e Observações

Entrelaçados

(1) — dois registos

> A fotografia de família (e o anúncio de casamento abaixo) nesta secção são da coleção pessoal da família.

Anúncio de casamento de junho de 2008
para Thomas Harley Bond e Leandro José Oliveira Coutinho

Qual o Significado do Sobrenome Coutinho em Portugal?

(2) — cinco registos

The British Historical Society of Portugal
Battle of Aljubarrota, 1385
https://www.bhsportugal.org/anglo-portuguese-timeline/battle-of-aljubarrota
Nota: Para a imagem e o texto.

Wisdom Library
Meaning of The Name Coutinho
https://www.wisdomlib.org/names/coutinho#google_vignette
Nota: Para o texto.

Coutinho
https://en.wikipedia.org/wiki/Coutinho
Nota: Para o texto.

Ferdinand I of Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_I_of_Portugal
and
King Ferdinand I of Portugal, (detail)
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_I_of_Portugal#/media/File:Ferdinand_I_of_Portugal_-_Chronique_d’_Angleterre_(Volume_III)_(late_15th_C),_f.201v_-_BL_Royal_MS_14_E_IV_(cropped).png
Nota:  Para a sua imagem.

Os Marechais do Reino de Portugal

(3) — dezasseis registos

Marshal of Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Marshal_of_Portugal
Nota: Para o texto.

Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Count_of_Marialva
Nota: Para o texto e o brasão de armas de Coutinho.

Geneall
https://geneall.net/pt/titulo/739/condes-de-marialva/
Nota 1: Este site faz referência a este livro,
Nobreza de Portugal e Brasil
Editorial Enciclopédia, Edição: 2, Lisboa 1989
Disponível neste link:
https://www.livraria-ler-com-gosto.com/nobreza-de-portugal-e-do-brasil-3-vols
Nota 2: Para os dados.

Os volumes acima referidos estão também disponíveis para download em formato .pdf em:
Volume 1
Open Repository of the University of Porto
https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/9376
Ficheiro: tesedoutnobrezav01000065918.pdf
Volume 2
https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/9376
Ficheiro: tesedoutnobrezav02000065920.pdf
Volume 3
MOA %E2%80%94 12.pdf

Vasco Fernandes Coutinho, 1st Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_Fernandes_Coutinho,_1st_Count_of_Marialva
Nota: Para os dados.

Gonçalo Coutinho, 2nd Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Gonçalo_Coutinho,_2nd_Count_of_Marialva
Nota: Para os dados.

Francisco Coutinho, 4th Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Francisco_Coutinho,_4th_Count_of_Marialvaand
Beatriz de Meneses, 2nd Countess of Loulé
https://en.wikipedia.org/wiki/Beatriz_de_Meneses,_2nd_Countess_of_Loulé
Nota: Para os dados.

Count of Loulé
https://en.wikipedia.org/wiki/Count_of_Loulé
and
Infante Ferdinand, Duke of Guarda
https://en.wikipedia.org/wiki/Infante_Ferdinand,_Duke_of_Guarda
Nota: Para os dados.

Costa of of the Coutinho family, counts of Marialva and counts of Loulé
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Armas_condes_marialva.svg
Nota: Ficheiro fonte do brasão de armas de Coutinho.

A Antiga Heráldica da Família Coutinho

(4) — cinco registos

Portuguese Heraldry
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_heraldry
Nota: Para o texto e a arte.

Páginas iniciais para o Livro Do Armeiro Mor.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
por João do Cró (ou João du Cros), cerca de 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Nota: Count of Marialva (Coutinho), fólio 48
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n111/mode/2up
Página digital: 112/292

Coats of arms of principal families of the Portuguese nobility
in the Thesouro de Nobreza, 1675.

https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_heraldry#/media/File:Fl-_27_Thesouro_de_Nobreza,_Armas_das_Familias_(cropped).jpg
Nota 1: Note-se o brasão da família Coutinho no canto inferior direito.
Nota 2: Para a obra de arte.

Portuguese Nobility
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_nobility
Nota: Para o texto.

Somos Descendentes de Duas das 72 Famílias da Nobreza Portuguesa

(5) — quatro registos

Lifecooler
Palácio Nacional de Sintra (Palácio da Vila)
https://lifecooler.com/artigo/dormir/palcio-nacional-de-sintra-palcio-da-vila/326883
Nota: Para a fotografia da Sala dos Brasões.

Desenho do Palácio Real de Sintra em 1509, da autoria de Duarte D’Armas.
(Imagem cortesia do Livro das Fortalezas via Wikimedia Commons).

Sintra National Palace
https://en.wikipedia.org/wiki/Sintra_National_Palace
Nota: Para o texto e a imagem acima.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
por João do Cró (ou João du Cros), cerca de 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Nota: Azevedo, fólio 61
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n135/mode/2up
Página digital: 136/292

Qual o Significado do Apelido Oliveira em Portugal?

(6) — dezasseis registos

Oliveira (surname)
https://en.wikipedia.org/wiki/Oliveira_(surname)
Nota: Para o texto.

Google Image Search
Shields of the Twelve Tribes of Israel
por Pieter Mortier, 1705
https://www.posterazzi.com/shields-of-the-twelve-tribes-of-israel-from-a-work-published-by-pieter-mortier-in-amsterdam-1705-poster-print-by-ken-welsh-11-x-17/
Note: This image is sourced from the contemporary website Posterazzi, but its original source is the “Shields of the twelve tribes of Israel, from a work published by Pieter Mortier in Amsterdam, 1705”.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
por João do Cró (ou João du Cros), cerca de 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Nota: Arte heráldica para Oliveira, fólio 128
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n263/mode/2up
Página digital: 264/292, Página da direita, no canto superior esquerdo.

Sephardic Jews
https://en.wikipedia.org/wiki/Sephardic_Jews
Nota: Para o texto.

Alhambra Decree
https://en.wikipedia.org/wiki/Alhambra_Decree
Nota: Para referência.

Wikitree
De Oliveira Name Study
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira_Name_Study
Nota: Para o texto.

Manuel I of Portugal
por Colijn de Coter, cerca de 1515
https://en.wikipedia.org/wiki/Manuel_I_of_Portugal
Nota: Para o seu retrato.

Isabella I of Castile
por Artista desconhecido, cerca de 1490
https://en.wikipedia.org/wiki/Isabella_I_of_Castile
Nota: Para o retrato dela.

Ferdinand II of Aragon
por Michael Sittow, cerca de 1450
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_II_of_Aragon
Nota: Para o seu retrato.

Jewish Gen
The Jeff Malka Sephardic Collection: Sephardim.com Namelist
https://jewishgen.org/databases/sephardic/SephardimComNames.html
Nota: Para os dados sobre o apelido da família de Oliveira.

Além do Limite do Mundo (Over The Edge of the World)
por Laurence Bergreen36 / 5,000
Capítulo Primeiro: A Busca, parágrafo 29
Nota: Não temos um link digital para o texto, mas o livro pode ser consultado aqui em inglês:
Além do Limite do Mundo (Over The Edge of the World)
https://en.wikipedia.org/wiki/Over_the_Edge_of_the_World

BBC News
Turning Portuguese
https://www.bbc.co.uk/news/resources/idt-sh/Turning_Portuguese
Nota: Para o texto.

Wikitree
de Oliveira of Paraíba, Brazil
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira%27s_of_Paribia%2C_Brazil
Nota: Para o texto sob o subtítulo “Assentamento e expulsão de judeus sefarditas de Espanha e Portugal”.

Selo da Inquisição Portuguesa.

Representation of Executions by Fire in Terreiro do Paço, in Lisbon, Portugal.
(Representação de Execuções a Fogo no Terreiro do Paço, em Lisboa, Portugal).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisição
Nota: Para a ilustração gravada.

Martins Castro
Oliveira Ledo Family: From Brick Making to the Colonization of Paraíba
https://martinscastro.pt/en/blogs/familia-oliveira-ledo/
Nota: Para este texto— “O apelido Oliveira é o terceiro mais comum no Brasil e o sexto em Portugal.

Todos os Olhos Voltados Para o Horizonte

(7) — quinze registos

Age of Discovery
https://en.wikipedia.org/wiki/Age_of_Discovery
Nota: Para o texto.

Prince Henry the Navigator
https://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Henry_the_Navigator
and
https://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Henry_the_Navigator#/media/File:Henry_the_Navigator1.jpg
Nota 1: Retrato atribuído ao pintor Nuno Gonçalves, cerca de 1450.
Nota 2: Da descrição: “Pormenor de um homem de pé com bigode e acompanhante ao estilo borgonhês no Painel do Príncipe (terceiro painel dos painéis de São Vicente, geralmente datado de cerca de 1470, atribuído ao pintor Nuno Gonçalves). Esta figura é mais comummente identificada como o Príncipe Henrique, o Navegador (falecido em 1460, aos 66 anos). Vários estudiosos (por exemplo, Markl, 1994; Salvador Marques, 1998) contestaram recentemente esta identificação e, em vez, propuseram que se tratasse de uma imagem do Rei Eduardo de Portugal (falecido em 1438, com 47 anos), embora tal ainda não seja amplamente aceite.”
Nota 3: Para o seu retrato.

Christopher Columbus
https://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Columbus
e
Portrait of a Man, Said to be Christopher Columbus
por Artista desconhecido
https://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Columbus#/media/File:Portrait_of_a_Man,_Said_to_be_Christopher_Columbus.jpg
Nota: Para o seu retrato.

Pope Julius II
https://en.wikipedia.org/wiki/Pope_Julius_II
e
Portrait if Pope Julius II
por Raphael
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Pope_Julius_II.jpg#/media/File:Pope_Julius_II.jpg/2
Nota: Para o seu retrato.

Planisphere World Map
por Francesco Rosselli, cerca de 1508
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:World_map_RMG_C4568_1.jpg
Nota: Para a imagem do mapa.

A Partida de Vasco da Gama para a Índia em 1497, de Alfredo Roque Gameiro, por volta de 1900.
(Imagem cortesia da Biblioteca Nacional de Portugal via Wikimedia Commons).

Vasco da Gama
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama
e
Vasco da Gama, anonymous portrait, c. 1525
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama#/media/File:Ignoto_portoghese,_ritratto_di_un_cavaliere_dell’ordine_di_cristo,_1525-50_ca._02.jpg
Nota: Para o seu retrato e para a imagem acima.

Pedro Álvares Cabral
https://en.wikipedia.org/wiki/Pedro_Álvares_Cabral
e
https://en.wikipedia.org/wiki/Pedro_Álvares_Cabral#/media/File:Pedro_Álvares_Cabral.jpg
Nota 1: Da descrição: “Pormenor da pintura “Vaz de Caminha lê ao Comandante Cabral, Frei Henrique e Mestre João a carta que será enviada ao Rei Dom Manuel I”. A obra retrata Pedro Álvares Cabral, líder da expedição portuguesa que descobriu as terras que mais tarde seriam conhecidas como Brasil, em 1500.”
Nota 2: Para o seu retrato contemporâneo, cerca de 1900.

Ferdinand Magellan
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Magellan
e
Half-length portrait of a bearded Ferdinand Magellan
(circa de 1480-1521) virado para a frente.
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Magellan#/media/File:Ferdinand_Magellan.jpg
Nota: Para o seu retrato.

A Partir de 1500… os Coutinho Como Colonizadores do Novo Mundo

(8) — um registo

Bibliothèque Nationale de France, através de Wikimedia
Map of Brazil in the Miller Atlas of 1519,
por Lopo Homem
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Brazil_16thc_map.jpg
Nota: o nome do ficheiro é, Brazil 16thc mapa.jpg

O Brasil Antigo: Das Capitanias Coloniais à Primeira República

(9) — nove registos

Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Portugal
Nota: Para o texto.

Captaincy of Bahia
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincy_of_Bahia
Nota: Para o texto.

Fernando Pessoa
https://en.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
Nota: Para referência.

Colonial Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/Colonial_Brazil
Nota: Para o texto.

Museu Nacional da Dinamarca, através de Academia Khan.
Série de Oito Figuras, de Albert Eckout, 1641
por Rachel Zimmerman
https://pl.khanacademy.org/humanities/art-americas/new-spain/colonial-brazil/a/albert-eckhout-series-of-eight-figures
Nota: Referente à obra de arte e ao texto.

Captaincies of Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincies_of_Brazil
Nota: Para o texto.

Francisco Pereira Coutinho
https://ancestors.familysearch.org/pt/LYPV-1X2/francisco-pereira-coutinho-1450-1549

História do Rio para todos
Mapa de Capitanias Hereditarias
por Luiz Teixeira, cerca de 1574
https://historiadorioparatodos.com.br/timeline/1534-capitanias-hereditarias/km_c258-20190503153124-6/
Nota: Colecção da Fundação Biblioteca da Ajuda, Lisboa.

O Globo | Cultura
De mapas manuscritos a pintura, livro reúne imagens da Bahia entre os séculos XVII e XIX nunca antes publicadas num único volume

por Nelson Vasconcelos
https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/11/17/de-mapas-manuscritos-a-pintura-livro-reune-imagens-da-bahia-entre-os-seculos-xvii-e-xix-nunca-antes-publicadas-num-unico-volume.ghtml
Nota: Para a imagem, The Town of Cachoeira in the Province of Bahia. (A cidade de Cachoeira, na província da Baía).

As Famílias Coutinho e As Famílias Oliveira Imigram para o Brasil.

(10) — sete registos

Captaincy of Bahia
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincy_of_Bahia
Nota: Para o texto sobre Manuel Pereira Coutinho.

Die Inquisition in Portugal por Jean David Zunner (1685), através de Wikipedia at: https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Inquisition#/media/File:1685_-_Inquisição_Portugal.jpg
Nota: A imagem acima é uma gravura em cobre de um auto de fé em Portugal.

History of the Jews in Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_Jews_in_Brazil
Nota: Para o texto.

Wikitree
de Oliveira of Paraíba, Brazil
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira%27s_of_Paribia%2C_Brazil
Nota: Para o texto sob o subtítulo “História do Nordeste do Brasil”

University of St. Andrews
Where we find new old books, chapter 4:
William Creech and a new first edition of Adam Smith’s Wealth of Nations

https://university-collections.wp.st-andrews.ac.uk/2015/12/15/where-we-find-new-old-books-chapter-4-william-creech-and-a-new-first-edition-of-adam-smiths-wealth-of-nations/
Nota: Referente à fotografia da página de rosto do livro.

Smithsonian Magazine
Sugar Masters in a New World
por Heather Pringle
https://www.smithsonianmag.com/history/sugar-masters-in-a-new-world-5212993/
Nota: Para a imagem de fundo superior.

Sugar Mill in Pernambuco
porFranz Post, século XVII
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frans_Post_-_Engenho_de_Pernambuco.jpg
Nota 1: O nome do ficheiro é, Frans Post – Engenho de Pernambuco.jpg
Nota 2: Para a imagem de fundo inferior.

Historicamente, Porque é que os Portugueses se Sentiram Atraídos pelo Brasil?

(11) — nove registos

Cartaz de Propaganda Brasileira de Incentivo à Imigração Italiana
para o Rio de Janeiro, Década de 1870.
https://www.reddit.com/r/PropagandaPosters/comments/1iio0a3/brazilian_propaganda_poster_incentivizing_italian/
Nota: Para a arte do cartaz.

Estado de São Paulo Brazil O Immigrante (Europa-Santos) 1908
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Estado_de_São_Paulo_Brazil_O_Immigrante_(Europa-Santos)_1908.jpg#/media/Ficheiro:Estado_de_São_Paulo_Brazil_O_Immigrante_(Europa-Santos)_1908.jpg
Nota: Para a arte do cartaz.

Cartaz de Propaganda da Emigração Nipo-Brasileira
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Affiche_émigration_JP_au_BR-déb._XXe_s..jpg
Nota: Para a arte do cartaz.

Family Search
Portugal Emigration and Immigration
https://www.familysearch.org/en/wiki/Portugal_Emigration_and_Immigration
Nota: Para os dados.

Derivado de:
Instituto de Ciências Sociais de Universidade de Lisboa
The “Brasileiro”: a 19th century transnational social category
Capítulo 10
por Isabel Corrêa da Silva
https://www.ics.ulisboa.pt/books/book1/ch10.pdf
Nota: Este é um ficheiro .pdf do capítulo 10.

Get Lisbon
The Tragic Earthquake of 1755
https://getlisbon.com/discovering/earthquake-of-1755/
Note: For the engravings made two years after the 1755 Lisbon Earthquake by the French artist Jacques Philippe Le Bas, 1757.

Nota: As gravuras foram realizadas dois anos após o Terramoto de Lisboa de 1755 pelo artista francês Jacques Philippe Le Bas, em 1757.

IMDB
Carmen Miranda
Retrato fotográfico de Donaldson Collection/Getty Images
https://www.imdb.com/name/nm0000544/mediaviewer/rm3875448065?ref_=ext_shr_eml
e
https://www.imdb.com/title/tt0034273/mediaviewer/rm3703311617?ref_=ext_shr_eml
Nota: Para a fotografia dela e para o cartaz do filme.

Portuguese Brazilians
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Brazilians
Nota: Para o texto.

The Coutinho / Oliveira Line, A Narrative — One

This is Chapter 1 of 3, being the very first of our family line narratives that feature southern Europe and South America. Accordingly, this line will also be our first dual language family history, being written in two formats.

In total, there are 6 chapters: the first set of 3 chapters is written in English, and are labeled as One, Two, Three. The following second set of 3 chapters is translated into Portuguese, and are labeled as Primeira, Segunda, Terceira.

Eis um exemplo: No total, existem 6 capítulos: o primeiro conjunto de 3 capítulos está escrito em inglês e intitula-se Um, Dois e Três. O segundo conjunto de 3 capítulos está traduzido para português e intitula-se como Primeira, Segunda, Terceira.

After our wedding, we celebrated at Zuni restaurant in San Francisco, California.
(Family photograph).

Intertwined

When we married in 2008, we had already spent ten years together as a couple. As I sit here and tap the computer keys to write these chapters, I realize that we are coming up on nearly 30 years together as a family. So, what does it mean to have a family like ours? Especially one where, through your research, you discover long generational family histories going back for sometimes hundreds of years? 

My husband Leandro is from northeast Bahia, Brazil, and I [Thomas], am from northeast Ohio, USA — and for many years we have lived in various places: California, Ohio, Hawaii, Brazil, and now Portugal.

Our families are interconnected like two ribbons that have intertwined through time to create a strong silken cord that binds us all together. This chapter is about those family lines that originate from Leandro’s side of things; first in Portugal, and then in Brazil. (1)

— Thomas

The Battle of Aljubarrota (Castile vs Portugal, 1385), by Jean d’Wavrin (Chronique d’Angleterre).
(Image courtesy of the British Historical Society of Portugal).
The “Battle of Aljubarrota [was] fought between Portugal and Castille near the monastery of Batalha, [and was] called this name due precisely to the battle won by Portugal with the help of English archers with experience from France, in what was to be called the 100 year war”. This victory secured for the Kingdom of Portugal sovereignty against the ambitions of its neighbors.

What Does the Coutinho Family Name Mean in Portugal?

The deeper history of this family has been enlightening. On the paternal side of his family, Leandro’s father Paulo has the classic Portuguese surname of: Coutinho. This name is connected to the de Azervedo(s) (or the spelling variant) the de Azeredo(s). [Note the difference between the interim v, or r letter]. This led us to many interesting discoveries, but before we go there, we first we need to provide some general background information.

“The surname Coutinho is of Portuguese origin, belonging to the toponymic class of surnames, which are derived from the place where the initial bearer once lived or held land. Specifically, Coutinho comes from a diminutive form of couto, which referred to a fenced or enclosed place, such as a hunting preserve or a protected area. Therefore, Coutinho would have originally denoted someone who lived near or was associated with a small enclosed area or preserve.” (Wisdom Library)

Wikipedia also tells us that, “Coutinho is a noble Portuguese language surname. It is from Late Latin cautum, from the past participle of cavere to make safe.” (Wikipedia) (2)

Left and right: Photographs of the ruins of Marialva Castle in the Guarda District of central Portugal. Center: King Ferdinand I of Portugal (circa 1450), who created the office of the Marshal of the Kingdom of Portugal, which became the Count of Marialva.

The Marshals of the Kingdom of Portugal

The office of Marshal of the Kingdom of Portugal (Marechal do Reino de Portugal, sometimes Mariscal) was created by King Ferdinand I of Portugal in 1382, in the course of the reorganization of the higher offices of the army of the Kingdom of Portugal. The Marshal was directly subordinate to the Constable of Portugal (Condestável), being principally responsible for the high administrative matters, including the quartering of troops, supplies and other logistical matters.

Commander Gonçalo Vasques de Azevedo was appointed the first Marshal of the Kingdom in 1382. This title then became known as The Count(s) of Marialva. The office then passed to his son-in-law, Dom Gonçalo Vasques Fernandes Coutinho — This office was maintained within the Coutinho family until the Iberian Union of 1580.

  • Dom Gonçalo Vasques Fernandes Coutinho, the First Count of Marialva, (circa 1385— circa 1450). In 1412, Fernandes Coutinho married Dona Maria de Sousa (died 1472), the natural daughter of Lopo Dias de Sousa, master of the Order of Christ.
  • Dom Gonçalo Coutinho, the Second Count of Marialva, (circa 1415 — January 20, 1464). He died in Tangier, Morocco. Gonçalo was married to Beatriz de Melo, daughter of Martim Afonso de Melo and Briolanja de Sousa.
  • Dom João Coutinho, the Third Count of Marialva, (circa 1450 — August 24, 1471).
  • Dom Francisco Coutinho, the Fourth Count of Marialva, (circa 1480 — February 19, 1543). He married Beatriz de Meneses, 2nd Countess of Loulé.
  • Dona Guiomar Coutinho, 5th Countess of Marialva, 3rd Countess of Loulé, who married Fernando, Duke of Guarda, (1510 — 1534). He was the son of Manuel I and Maria of Aragon. (The portion of the Castle of Guarda still stands to this day).
Arms of Coutinho, granted to Dom Vasco Fernandes Coutinho (born 1385)
by King Afonso V of Portugal in 1440. (See footnotes for all sources).

At first glance, we thought that this contemporary coat-of-arms was just a little bit plain Jane, (in Portuguese, you might say that it needs salt and pepper). Then we came to realize that this is what authenticity looks like.

Research Observation: It is rather astonishing in genealogy research, to come across an instance where you can specifically identify the foundational origin and formalization of a family surname by royal decree, (in this case, circa 1382). Prior to this period most common families did not have true surnames.

*Very nearly all Coutinho-named descendants in Portugal likely related to this man’s family line. Google tells us that this timeframe from then-to-now is about 650 years. (If we allow about 25 years or so between generations, this allows for approximately 26 generations of Coutinho(s). (3)

The Ancient Heraldry of the Coutinho Family

“Heraldry has been practiced in Portugal at least since the 12th century, however it only became standardized and popularized in the 16th century, during the reign of King Manuel I of Portugal, who created the first heraldic ordinances in the country. Like in other Iberian heraldic traditions, the use of quartering and augmentations of honor is highly representative of Portuguese heraldry, but unlike in any other Iberian traditions, the use of heraldic crests is highly popular”.

The Important Significance of the Livro do Armeiro-Mor
“The Livro do Armeiro-Mor is an illuminated manuscript dating back to 1509, [created] during the reign of King Manuel I of Portugal. The codex is an armorial, a collection of heraldic arms, authored by the King of Arms João do Cró. It is considered one of the masterpieces of illuminated manuscripts preserved in Portugal… [It is] the oldest surviving Portuguese armorial to this day, being the oldest source we have regarding certain arms, and also for the beauty of its magnificent illuminations, it is considered the most important Portuguese armorial. It has been called the supreme monument of what we can call Portuguese heraldic culture.

The Count of Marialva (Coutinho) armorial, from folio 48 of the Livro do Armeiro-Mor, circa 1509, by João do Cró for King Manuel I of Portugal.

The work… was entrusted to the custody of the Chief Armourer, Álvaro da Costa, appointed in 1511, in whose family the position and the custody of the book remained for more than ten generations. For this reason, the Livro do Armeiro-Mor escaped the great 1755 Lisbon earthquake, which destroyed, among many other things, the Chancellery of Nobility.” (Wikipedia)

One can observe that some representation of Coats-of-Arms feature the escutcheon (shield) tilted at an angle, and the addition of other decorative elements throughout, which make Portuguese armory unique. These elements, however, were added through artistic license by the original artist(s) who crafted the Livro do Armeiro-Mor. Observe also that the stars are not 5-points, but are 7-points. As such, these alterations and additions are not part of the fundamental original coat-of-arms criteria.

What Did the Colors Mean?
The colors in heraldry are called tinctures. Old French words were used to describe the colors of the background, which came to have different meanings. Red (vermelho) was the color of a warrior and nobility, blue (azul) for truth and sincerity, black (negro) for piety and knowledge, and green (verde) for hope and joy. Presently, Portuguese heraldry has seven colors (tinctures) including two metals (gold/ouro, silver/prata) and five colors (blue, red, purple, black, green).

  • Estucheon, the shape of the shield. “Since very early, the round bottom shield has been the preferred shape to display the coat-of-arms in Portugal, causing this shape to often be referred as the Portuguese shield”. 
  • Helm, the top center of this shape, where future generations might add elements to represent their individual family.
  • Charge, there is no charge, but only a yellow (ouro) field.
  • Ordinaries, In this family, they had 5 stars on a yellow (ouro) field, the designs that appeared on the field. A star with five points and straight sides is called a mullet.

Note: For an interesting history as to why the need for heraldry emerged in English history, see the chapter, The Ancient Bonds of Erth — One, Family Heraldry. That chapter covers symbolic thinking in a pre-literate world, the meaning of various shapes and colors, and what a Coat-of-Arms actually is, versus a Family Crest. The exact same reasons for these developments apply in a parallel manner to the Kingdom of Portugal, even though it was a different country. (https://ourfamilynarratives.com/2022/06/13/the-ancient-bonds-of-erth-one-family-heraldry/)

Coats of arms of principal families of the Portuguese nobility in the Thesouro de Nobreza, 1675. Note that the Coutinho family appears in the lower right corner of the page. The Helm at the top of the Coutinho Coat-of Arms appears to show a red lion holding a laurel wreath. (Image courtesy of Wikipedia).

There are extensive records for the noble classes of Portugal found in the three volume set of books titled, Nobreza de Portugal e Brasilia. These books feature the family names described above, and others.

“The Portuguese nobility was a social class enshrined in the laws of the Kingdom of Portugal with specific privileges, prerogatives, obligations and regulations. The nobility ranked immediately after royalty and was itself subdivided into a number of subcategories which included the titled nobility and nobility of blood at the top and civic nobility at the bottom, encompassing a small, but considerable proportion of Portugal’s citizenry.

The nobility was an open, regulated social class. Accession to it was dependent on a family’s merit, or, more rarely, an individual’s merit and proven loyalty to the Crown over generations. Formal access was granted by the monarch through letters of ennoblement. A family’s status within the noble class was determined by continued and significant services to Crown and country.” (Wikipedia)

The ranks of the titled nobility below The Royals, although similar to those in other European countries, have their idiosyncrasies in Portugal. They are listed here in hierarchical order and are slightly simplified for this family history.
Here are just a few examples of one ranked Noble in each category:

  • Dukedoms — The Duke of Viseu, created 1415.
  • Marquisates —The Marquis of Pombal, created 1769. Renowned for the rebuilding of Lisbon after the 1755 earthquake, tsunami, and fire which destroyed the city.
  • Countships — The Coutinho family as The Counts of Marialva, created 1440.
  • Viscountcies — The Viscount of São Jorge, created 1893.
  • Baronies — The Baron of Serra da Estrela, created 1818. (4)
The ceiling of the Coats-of-Arms Room within the Sintra National Palace, in Portugal.
(Image courtesy of Lifecooler).

We Are From Two of the 72 Portuguese Noble Class Families

The Coutinho Family later combined through marriage with another family from the same noble class. Known by both surname spellings, either Azerêdo or Azervêdo, this consolidation created the House of Azerêdo – Coutinho. The Coat-of Arms for each family is featured within the Sintra National Place of Portugal. “…King Manuel I created the Coats-of-Arms Room (Sala dos Brasões) between 1515 – 1518, using the wealth engendered by the exploratory expeditions in the Age of Discovery. The room features a magnificent wooden coffered domed ceiling decorated with 72 coats-of-arms of the King and the main Portuguese noble families.”

The Azevedo armorial, from folio 61 of the Livro do Armeiro-Mor, circa 1509, by João do Cró
for King Manuel I of Portugal.

Throughout this history, we have been focusing on the paternal family line of the Coutinho family. We also have interesting things to share about the maternal side, the Oliveira family…

What Does the Oliveira Family Name Mean in Portugal?

“Oliveira is a Portuguese (and Galician) surname, used in Portuguese-speaking countries, and to a lesser extent in former Portuguese and Spanish colonies. Its origin is from the Latin word olivarĭus , meaning olive tree. Its first documented use dates back to the 13th century, from Évora noble Pedro de Oliveira, and his son, Braga archbishop D. Martinho Pires de Oliveira. Further tracing of its origins show that it derives from ancient Roman aristocrats from the gens* Oliva. (*Individuals who shared the same descent from a common ancestor).

Left: Shields of the twelve tribes of Israel, from a work published by Pieter Mortier in Amsterdam, 1705. Right: Oliveira armorial, from folio 128 of the Livro do Armeiro-Mor, circa 1509, by João do Cró for King Manuel I of Portugal. Oliveira is found in the last section, which documents the “Houses of lesser category and more recent nobility. These were not, in 1509, great manorial Houses; they were lineages whose sons held minor positions at the court throughout the 14th and 15th centuries”. (Wikipedia)

Furthermore, this surname takes us back to Biblical times, where the olive and olive tree were always very important to the Hebrew culture. One of the 12 Hebrew tribes, [known as Asher], had an olive tree inside of the tribe emblem. This is compelling evidence that the Asher Hebrew tribe name could have likely been transliterated into the Portuguese Oliveira surname, to better align with Portuguese Christian society and culture.

In Portuguese, de Oliveira may [therefore] refer to both of the olive tree and from the olive tree. In archaic Portuguese, we find the register of surnames with variations of their spelling, such as Olveira and Ulveira. By the time of King Diniz I, king of Portugal in 1281, Oliveira was already ‘an old, illustrious and honorable family’, as the King’s Books of Inquisitions show.

Comment: I have been pondering about what my mother-in-law Lindaura would have thought about this next part of the history. We do not know how much she truly knew of her family’s history… However, one very specific fact that you could certainly know about her was that she was a very, very devout Roman Catholic. (All her roads led to Rome). This next part was a bit if a revelation to us.

“It is noteworthy to mention that the offspring of the [12 Tribes of Israel] intentionally settled between Galicia [northwest Spain] and Portugal for two reasons — First, because they were inland and far from the great centers of Spain, where the first killings of Judeans (pogroms) began. These pogroms were promoted by fanatical Catholic priests of the Dominican and Carmelite orders, who urged the ignorant Christian population to kill the New Christian Jews and the unconverted Judeans. Second, Galicia and Portugal gave them freedom to cross the borders among the different countries accordingly to the laws of each State”. (Wikitree) This lead to the population being labeled historically with the ethnic definition of Sephardic Jews.

Research observation: We know that this family surname is very old in Portugal, however, we don’t yet know when it connects with the line from which our family descends. We could be from the very old branch, or the branch of people who adopted this surname during the times of oppression, or both.

The Iberian monarchs responsible for expelling Jews from Portugal. Left: King Manuel I of Portugal, by Colijn de Coter, circa 1515. Center: Queen Isabella I of Spain, by Unknown painter, circa 1490. Right: King Ferdinand II of Spain, by by Michael Sittow, circa 1450. (See footnotes).

Sephardic Jews
Oliveira, de Oliveira, and d’Oliveira, have historically been used by Jews who settled in Portugal and Spain, and adopted a translated form of their family name to hide their Judean origin. Sephardic Jews, are a Jewish diaspora population associated with the historic Jewish communities of the Iberian Peninsula (Spain and Portugal) and their descendants. The term Sephardic comes from Sepharad, the Hebrew word for Iberia. These communities flourished for centuries in Iberia until they were expelled in the late 15th century. (Over time, Sephardic has also come to refer more broadly to Jews, particularly in the Middle East and North Africa, who adopted Sephardic religious customs and legal traditions, often due to the influence of exiles).

In 1492, the Alhambra Decree by the Catholic Monarchs expelled Jews from Spain, and in 1496, King Manuel I of Portugal issued a similar edict*. de Oliveira was one of the Conversos surnames adopted by Sephardic families after converting (often forced) to Christianity [Roman Catholicism]. This practice was a means of avoiding the Portuguese Inquisition [with the high probability of] prosecution and possible torture, if found as non-Catholics.

We learned from historian Laurence Bergreen in his book, Over The Edge of the World, that “Manuel’s harshest policies concerned the Jews of Portugal, who distinguished themselves as scientists, artisans, merchants, scholars, doctors, and cosmographers. In 1496, when King Manuel wished to take the daughter of Ferdinand and Isabella as his wite, he was told that he could do so only on condition that he “purify” Portugal by expelling the Jews, as Spain had done four years earlier. Rather than lose this valuable segment of the population, Manuel encouraged conversions to Christianity — forced conversions, in many cases. As ‘new Christians’ (the title fooled no one), Portuguese Jews continued to occupy high positions in the government, and received royal trading concessions, in Brazil especially.” (Bergreen, see footnotes).

*Both the Spanish and Portuguese edicts ordered their respective Jewish residents to choose one of only three options: 1) Convert to Catholicism and therefore to be allowed to remain within the kingdom, 2) Remain Jewish and be expelled by the stipulated deadline, or 3) to be summarily executed. (Wikitree)

An engraving shows the burning of heretics by the Portuguese Inquisition.
(Image courtesy of Turning Portuguese via BBC News, and Wikipedia).

Despite Conversos Surnames, People Were Not Safe
In 1506, a Lisbon mob invaded one of the city’s old Jewish quarters and massacred around 3,000 people – including women and children. Under Manuel’s heir, João III, the Inquisition was set up in Portugal in 1536, focusing on New Christians suspected of secretly practising their old faith. It’s thought more than 40,000 individuals were charged by the Inquisition, which lasted until 1821 although the last public trial was in 1765. (BBC News)

According to historian Anita Novinsky of the University of São Paulo, a scholar of the Portuguese Inquisition, 1 out of every 3 Portuguese who arrived in Brazil in the first decades of the 16th century… were of Jewish descent. The de Oliveira(s) concentrated mainly in the Northeast Region and Minas Gerais in southeast Brazil. The chronicles of the time themselves attest to the presence of Levi, Levy, and de Oliveira families in large numbers in colonial Brazil.” (All above, except for BBC News and Wikitree, are derived from Wikipedia).

“The surname Oliveira, [is the] third most common in Brazil and sixth in Portugal.” (Oliveira Ledo Family, see footnotes). (6)

Left: Portrait of Henry The Navigator, attributed to painter Nuno Gonçalves, circa 1450-1470, Center: Christopher Columbus, by Unknown painter, circa 1519, Pope Julius II, by Raphael,
circa 1511. (See footnotes).

All Eyes On The Horizon

“The Portuguese began systematically exploring the Atlantic coast of Africa in 1418, under the sponsorship of Prince Henry the Navigator. In 1488, Bartolomeu Dias reached the Indian Ocean by this route.”

“In 1492, the Catholic Monarchs of Spain funded Genoese mariner Christopher Columbus’s plan to sail west to reach the Indies, by crossing the Atlantic. Columbus encountered a continent uncharted by Europeans (though it had been explored and temporarily colonized by the Norse 500 years earlier). Portugal quickly claimed those lands under the terms of the Treaty of Alcáçovas, but Castile was able to persuade the Pope, who was Castilian, to issue four papal bulls to divide the world into two regions of exploration, where each kingdom had exclusive rights to claim newly discovered lands. These were modified by the Treaty of Tordesillas, ratified by Pope Julius II.” Importantly, at the time, none of these explorers knew the true complete extent of the New World.

Planisphere World Map, by Francesco Rosselli, circa 1508. The far left blue line represents the Line of the Treaty of Tordesillas, 1494. The broken yellow line represents the Line of Demarcation from the Papal Bull Inter Caetera, 1493. The pink line represents the Treaty of Saragossa, 1529. (Map image courtesy of Wikimedia Commons).

In 1498, a Portuguese expedition commanded by Vasco da Gama reached India by sailing around Africa, opening up direct trade with Asia. While other exploratory fleets were sent from Portugal to northern North America, Portuguese India Armadas also extended this Eastern oceanic route, touching South America and opening a circuit from the New World to Asia (starting in 1500 by Pedro Álvares Cabral), and explored islands in the South Atlantic and Southern Indian Oceans. The Portuguese sailed further eastward, to the valuable Spice Islands in 1512, landing in China one year later. Japan was reached by the Portuguese in 1543. East and west exploration overlapped in 1522, when a Spanish expedition sailing westward, led by Portuguese navigator Ferdinand Magellan (and, after his death in what is now the Philippines, by navigator Juan Sebastián Elcano), completed the first circumnavigation of the world.

Left: Portrait of Vasco da Gama, by Artist unknown, circa 1525. Center: Contemporary illustration of Pedro Álvares Cabral, circa 1900. (No known portraits of him exist). Right: Portrait of Ferdinand Magellan, created 1550-1625, after his death. (See footnotes).

Spanish conquistadors explored the interior of the Americas, and some of the South Pacific islands. Their main objective was to disrupt Portuguese trade in the East.”

In summary, “As one of the earliest participants in the Age of Discovery, Portugal made several seminal advancements in nautical science. The Portuguese subsequently were among the first Europeans to explore and discover new territories and sea routes, establishing a maritime empire of settlements, colonies, and trading posts that extended mostly along the South Atlantic and Indian Ocean coasts.” (Wikipedia) (7)

“The sea with an end can be Greek or Roman,
but the endless sea is Portuguese.”

attributed to Portuguese poet and writer Fernando Pessoa

Starting in 1500… the Coutinhos As New World Colonizers

Brazil is a remarkably old country when compared to a country like the United States, which is thought of as being about half the age of Brazil. In the present day, these countries have an important characteristic in common: they are both immigrant-inspired democratic republics, and each one has their own Constitution. Initially, each place was a far-flung colony of a distant European Kingdom, and the paths each took to the present day are quite different. (8)

Map of Brazil in Miller’s Atlas of 1519, by Lopo Homem.
(Image courtesy of the Bibliothèque Nationale de France, via Wikimedia).

Old Brazil: From Colonial Captaincies to The First Republic

The Crown in Portugal, as did other sea-faring kingdoms, viewed resource extraction as the primary reason for having a colony. Simply put, they wanted all the resources and the wealth which this brought. “Colonial Brazil, sometimes referred to as Portuguese America, comprises the period from 1500, with the arrival of the Portuguese (at what they then aptly named Porto Seguro), until 1822, when Brazil was elevated to a kingdom in union with Portugal. During the 300 years of Brazilian colonial history, the main economic activities of the territory were based first on brazilwood extraction (brazilwood cycle), which gave the territory its name; sugar production (sugar cycle); and finally on gold and diamond mining (gold cycle). Slaves, especially those brought from Africa, provided most of the workforce of the Brazilian export economy after a brief initial period of Indigenous slavery to cut brazilwood.”

Series of Eight Figures, by Albert Eckout, 1641. (Images courtesy of the National Museum of Denmark, via the Kahn Academy).

“In 1630, the Dutch conquered the prosperous sugarcane-producing area in the northeast region of the Portuguese colony of Brazil. Although it only lasted for 24 years, the Dutch colony resulted in substantial art production. The governor Johan Maurits van Nassau-Siegen brought the artist, Albert Eckhout to Brazil to document the local flora, fauna, people, and customs.”

“Beginning in the early 16th century, the Portuguese monarchy used proprietorships or captaincies—land grants with extensive governing privileges—as a tool to colonize new lands… The history of the captaincies is turbulent, reflecting the needs of the Kings of Portugal, a small European country, to colonize and govern an enormous expanse of South America. Throughout the early colonial era Captaincies were granted, divided, subordinated, annexed, and abandoned. In 1548-49 when the captaincy of Baía de Todos os Santos (Bahia) reverted to the Crown due to [a] massacre, by indigenous cannibals, of its donee [a person given the gift of a powerful appointment], Francisco Pereira Coutinho [appointed on March 5, 1534] and his settlers; the King, Dom João III, established a royal governor (later a governor-general) at Bahia.”

In 1549, there were more troubles with the local native Peoples, and to make a complicated history much shorter — Captain Francisco Pereira Coutinho “was consumed by the Tupinambá in a cannibalistic feast” (!)

Mapa de Capitanias Hereditarias by Luiz Teixeira, circa 1574. In 1549,
the Captaincy Colonies of Brazil were united into the Governorate General of Brazil,
where they were provincial captaincies of Brazil. In the list on the right side of the map, the Coutinho family is listed as entry seven for Bahia. (Map courtesy of Wikipedia).

Brazil became independent of Portugal with the signing of the Treaty of Rio de Janeiro in 1825. For three years there had been “a series of political and military events that led to the independence” based upon the date of September 7, 1822 “when prince regent Pedro of Braganza declared the country’s independence from the United Kingdom of Portugal, Brazil and the Algarves on the banks of the Ipiranga brook… in what became known as the Cry of Ipiranga.” (9)

The Town of Cachoeira in the Province of Bahia. (Image courtesy of O Globo | Cultura).

The Coutinho Family and The Oliveira Family Immigrate to Brazil

The Northeast Region of Brazil was the first area of discovery in Brazil, when roughly 1,500 Portuguese arrived on April 22, 1500. In the mid-16th century, settlers from Spain and Portugal, Olinda, and Itamaracá founded Filipéia de Nossa Senhora das Neves (today João Pessoa) at the mouth of the Paraíba do Norte River.

The Coutinho Family
It is certain that families with the surname Coutinho immigrated to Brazil during the colonial period, as we have already written about the lurid death of Francisco Pereira Coutinho of the Bahia Captaincy (see above). “Upon the discovery of Pereira Coutinho’s death, King João immediately appropriated the captaincy from its heir Manuel Pereira Coutinho in exchange for a hereditary pension of 400,000 reals. [The family was not interested in remaining in the Americas in any case.]” (Wikipedia) With that knowledge, we are sure that the Coutinho family line begins elsewhere in Brazil. We just don’t yet know who, nor where, the original immigrant was for this family line, until more records shake loose.

The Oliveira Family As Conversos in Brazil
The history of the Jews in Brazil is a rather long and complex one, as it stretches from the very beginning of the European settlement in the new continent. Although only baptized Christians were subject to the Inquisition, Jews started settling in Brazil when the Inquisition reached Portugal, in the 16th century. They arrived in Brazil during the period of Dutch rule, setting up in Recife the first synagogue in the Americas, the Kahal Zur Israel Synagogue, as early as 1636. As a colony of Portugal, Brazil was affected by the 300 years of repression of the Portuguese Inquisition, [which quickly enough] expanded its scope of operations from Portugal to Portugal’s colonial possessions, including Brazil, Cape Verde, and Goa, where it continued investigating and trying cases based on supposed breaches of orthodox Roman Catholicism until 1821.

Center: First edition frontispiece of Adam Smith’s Wealth of Nations, 1776. Background top: Image from Smithsonian Magazine, Sugar Masters in a New World. Background bottom: Sugar Mill in Pernambuco, by Franz Post, 17th century. (See footnotes).

Most Portuguese settlers in Brazil, who throughout the entire colonial period tended to originate from Northern Portugal, moved to the northeastern part of the country to establish the first sugar plantations. In his The Wealth of Nations, Adam Smith attributed much of the development of Brazil’s sugar industry and cultivation to the arrival of Portuguese Jews who were forced out of Portugal during the Inquisition.

Interestingly, and somewhat ironically, many of the Jews who had been Sephardic Jews who had fled the Inquisition in Spain and Portugal to the religious freedom of the Netherlands. From 1630 to 1654 the Dutch controlled a long stretch of Northeastern Brazilian coast. In 1648-49 the [Portuguese] Brazilians defeated the Dutch in the first and second battles of Guararapes, and gradually recovered the Portuguese colonies of Brazil.
(Derived from both Wikitree and Wikipedia) (10)

Many other European nationalities, as well as many Japanese people, immigrated to Brazil during the 19th and 20th centuries. (See footnotes).

Historically, Why Were The Portuguese Attracted to Brazil?

The Portuguese people were not the only people who immigrated to Brazil, even though they are our focus for this family history. We learned some specifics we would like to discuss to help frame the long continuous stream of people immigrating from Portugal in Europe, to Brazil in South America:

  • “From 1500, when the Portuguese reached Brazil, until its independence in 1822, from 500,000 to 700,000 Portuguese settled in Brazil, 600,000 of whom arrived in the 18th century alone.
  • Between 1820 and 1876, 350,117 immigrants entered Brazil. Of these, 45.73% were Portuguese, [when] the total number of immigrants per year averaged 6,000].
  • From 1877 to 1903, almost two million immigrants arrived, at a rate of 71,000 per year.
  • From 1904 to 1930, 2,142,781 immigrants came to Brazil; the Portuguese constituted 38% of entries…” (Family Search)
Engravings made two years after the 1755 Lisbon Earthquake.
Top row, left to right: Ruins of: St. Nicholas Church, São Paulo Church, Patriarchal Square.
Bottom row, left to right: Lisbon Cathedral, Tower of São Roque or Tower of the Patriarch,
Royal Opera House. Engravings by the French artist Jacques Philippe Le Bas, 1757.
(Images courtesy of get Lisbon).

After the 1755 Lisbon earthquake devastated that city, the country of Portugal was never the same again. It was (no pun intended), literally uprooted as a world class city. Over the centuries, it began experiencing severe economic problems, financial instability, and political turmoil, which drove many to seek opportunities elsewhere. Thus, Brazil became a significant destination for those fleeing poverty and seeking a better life. This sense of instability pushed many to emigrate. (Derived from Instituto de Ciências Sociasis).

“Portuguese Brazilians are Brazilian citizens whose ancestry originates wholly or partly in Portugal. Most of the Portuguese who arrived throughout the centuries in Brazil sought economic opportunities. Although present since the onset of the colonization, Portuguese people began migrating to Brazil in larger numbers and without state support in the 18th century.

The majority settled in urban centers, mainly in São Paulo and Rio de Janeiro, working mainly as small traders, shopkeepers, porters, cobblers, and drivers. A smaller number became coal miners, dairy workers, and small-scale farmers outside of urban areas. Upheavals in Portugal after the 1910 Revolution and the establishment of the First Portuguese Republic caused a temporary exodus of Portuguese to Brazil.” (Wikipedia)

In the next chapter, we move forward with what we do know about the Coutinho and the De Azevedo families. Their lives unfold in the Brazilian states of Minas Gerais, Bahia, and Paraíba. Unlike many family lines we have researched in other chapters — we learn much about them through the lines of their grandmothers, rather than their grandfathers. (11)

Following are the footnotes for the Primary Source Materials,
Notes, and Observations

Intertwined

(1) — two records

> The family photograph (and wedding announcement below) in this section are from the personal family collection.

June 2008 Wedding Announcement
for Thomas Harley Bond and Leandro José Oliveira Coutinho

What Does the Coutinho Family Name Mean in Portugal?

(2) — five records

The British Historical Society of Portugal
Battle of Aljubarrota, 1385
https://www.bhsportugal.org/anglo-portuguese-timeline/battle-of-aljubarrota
Note: For the image and text.

Wisdom Library
Meaning of The Name Coutinho
https://www.wisdomlib.org/names/coutinho#google_vignette
Note: For the text.

Coutinho
https://en.wikipedia.org/wiki/Coutinho
Note: For the text.

Ferdinand I of Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_I_of_Portugal
and
King Ferdinand I of Portugal, (detail)
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_I_of_Portugal#/media/File:Ferdinand_I_of_Portugal_-_Chronique_d’_Angleterre_(Volume_III)_(late_15th_C),_f.201v_-_BL_Royal_MS_14_E_IV_(cropped).png
Note:  For his image.

The Marshals of the Kingdom of Portugal

(3) — sixteen records

Marshal of Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Marshal_of_Portugal
Note: For the text.

Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Count_of_Marialva
Note: For the text and the Coutinho Coat-of-Arms.

Geneall
https://geneall.net/pt/titulo/739/condes-de-marialva/
Note 1: This website references this book,
Nobreza de Portugal e Brasil
Editorial Enciclopédia, Edição: 2, Lisboa 1989
Available at this link:
https://www.livraria-ler-com-gosto.com/nobreza-de-portugal-e-do-brasil-3-vols
Note 2: For the data.

These above volumes are also available as .pdf downloads at:
Volume 1
Open Repository of the University of Porto
https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/9376
File: tesedoutnobrezav01000065918.pdf
Volume 2
https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/9376
File: tesedoutnobrezav02000065920.pdf
Volume 3
MOA %E2%80%94 12.pdf

Vasco Fernandes Coutinho, 1st Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_Fernandes_Coutinho,_1st_Count_of_Marialva
Note: For the data.

Gonçalo Coutinho, 2nd Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Gonçalo_Coutinho,_2nd_Count_of_Marialva
Note: For the data.

Francisco Coutinho, 4th Count of Marialva
https://en.wikipedia.org/wiki/Francisco_Coutinho,_4th_Count_of_Marialvaand
Beatriz de Meneses, 2nd Countess of Loulé
https://en.wikipedia.org/wiki/Beatriz_de_Meneses,_2nd_Countess_of_Loulé
Note: For the data.

Count of Loulé
https://en.wikipedia.org/wiki/Count_of_Loulé
and
Infante Ferdinand, Duke of Guarda
https://en.wikipedia.org/wiki/Infante_Ferdinand,_Duke_of_Guarda
Note: For the data.

Costa of of the Coutinho family, counts of Marialva and counts of Loulé
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Armas_condes_marialva.svg
Note: The Coutinho Coat-of-Arms source file.

The Ancient Heraldry of the Coutinho Family

(4) — five records

Portuguese Heraldry
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_heraldry
Note: For the text and artwork.

Opening pages to the Livro Do Armeiro Mor.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
by João do Cró (ou João du Cros), circa 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Note: Count of Marialva (Coutinho), folio 48
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n111/mode/2up
Digital page: 112/292

Coats of arms of principal families of the Portuguese nobility
in the Thesouro de Nobreza, 1675.

https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_heraldry#/media/File:Fl-_27_Thesouro_de_Nobreza,_Armas_das_Familias_(cropped).jpg
Note 1: Observe the Coat-of-Arms of the Coutinho family in the lower right corner.
Note 2: For the artwork.

Portuguese Nobility
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_nobility
Note: for the text.

We Are From Two of the 72 Portuguese Noble Class Families

(5) — four records

Lifecooler
Palácio Nacional de Sintra (Palácio da Vila)
https://lifecooler.com/artigo/dormir/palcio-nacional-de-sintra-palcio-da-vila/326883
Note: For the Sala dos Brasões photograph.

Drawing of Sintra Royal Palace in 1509, by Duarte D’Armas.
(Image courtesy of the Libro das Fortalezas via Wikimedia Commons).

Sintra National Palace
https://en.wikipedia.org/wiki/Sintra_National_Palace
Note: For the text and the image above.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
by João do Cró (ou João du Cros), circa 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Note: Azevedo, folio 61
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n135/mode/2up
Digital page: 136/292

What Does the Oliveira Family Name Mean in Portugal?

(6) — sixteen records

Oliveira (surname)
https://en.wikipedia.org/wiki/Oliveira_(surname)
Note: For the text.

Google Image Search
Shields of the Twelve Tribes of Israel
by Pieter Mortier, 1705
https://www.posterazzi.com/shields-of-the-twelve-tribes-of-israel-from-a-work-published-by-pieter-mortier-in-amsterdam-1705-poster-print-by-ken-welsh-11-x-17/
Note: This image is sourced from the contemporary website Posterazzi, but its original source is the “Shields of the twelve tribes of Israel, from a work published by Pieter Mortier in Amsterdam, 1705”.

Livro Do Armeiro Mor, João Do Cró (ou João Du Cros)
by João do Cró (ou João du Cros), circa 1509
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/mode/2up
Note: Armorial artwork for Oliveira, folio 128
https://archive.org/details/livro-do-armeiro-mor-joao-do-cro-ou-joao-du-cros-backup/page/n263/mode/2up
Digital page: 264/292, Right page, in the upper left corner.

Sephardic Jews
https://en.wikipedia.org/wiki/Sephardic_Jews
Note: For the text.

Alhambra Decree
https://en.wikipedia.org/wiki/Alhambra_Decree
Note: For the reference.

Wikitree
De Oliveira Name Study
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira_Name_Study
Note: For the text.

Manuel I of Portugal
by Colijn de Coter, circa 1515
https://en.wikipedia.org/wiki/Manuel_I_of_Portugal
Note: For his portrait.

Isabella I of Castile
by Unknown artist, circa 1490
https://en.wikipedia.org/wiki/Isabella_I_of_Castile
Note: For her portrait.

Ferdinand II of Aragon
by Michael Sittow, circa 1450
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_II_of_Aragon
Note: For his portrait.

Jewish Gen
The Jeff Malka Sephardic Collection: Sephardim.com Namelist
https://jewishgen.org/databases/sephardic/SephardimComNames.html
Note: For the data about the family surname de Oliveira.

Over The Edge of the World
by Laurence Bergreen
Chapter One: The Quest, paragraph 29
Note: We do not have a digital link to the text, but the book can be referenced here in English:
Over The Edge of the World
https://en.wikipedia.org/wiki/Over_the_Edge_of_the_World

BBC News
Turning Portuguese
https://www.bbc.co.uk/news/resources/idt-sh/Turning_Portuguese
Note: For the text.

Wikitree
de Oliveira of Paraíba, Brazil
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira%27s_of_Paribia%2C_Brazil
Note: For the text under the subhead, Sephardi Jews Settlement and Expulsion From Spain and Portugal

Seal of the Portuguese Inquisition.

Representation of Executions by Fire in Terreiro do Paço, in Lisbon, Portugal.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisição
Note: For the engraved illustration.

Martins Castro
Oliveira Ledo Family: From Brick Making to the Colonization of Paraíba
https://martinscastro.pt/en/blogs/familia-oliveira-ledo/
Note: For this text —
“The surname Oliveira, [is the] third most common in Brazil and sixth in Portugal”.

All Eyes On The Horizon

(7) — fifteen records

Age of Discovery
https://en.wikipedia.org/wiki/Age_of_Discovery
Note: For the text.

Prince Henry the Navigator
https://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Henry_the_Navigator
and
https://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Henry_the_Navigator#/media/File:Henry_the_Navigator1.jpg
Note 1: Portrait attributed to painter Nuno Gonçalves, circa 1450.
Note 2: From the description, “Detail of standing man with moustache and Burgundian-style chaperon in the Panel of the Prince (third panel of the St. Vincent panels, usually dated c.1470, attributed to painter Nuno Gonçalves). This figure is most commonly identified as Prince Henry the Navigator (died 1460, aged 66). Several scholars (e.g. Markl, 1994; Salvador Marques, 1998) have recently disputed this identification, and instead proposed this to be an image of King Edward of Portugal (d. 1438, aged 47), although this is not yet widely accepted.”
Note 3: For his portrait.

Christopher Columbus
https://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Columbus
and
Portrait of a Man, Said to be Christopher Columbus
by Unknown painter
https://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Columbus#/media/File:Portrait_of_a_Man,_Said_to_be_Christopher_Columbus.jpg
Note: For his portrait.

Pope Julius II
https://en.wikipedia.org/wiki/Pope_Julius_II
and
Portrait if Pope Julius II
by Raphael
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Pope_Julius_II.jpg#/media/File:Pope_Julius_II.jpg/2
Note: For his portrait.

Planisphere World Map
by Francesco Rosselli, circa 1508
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:World_map_RMG_C4568_1.jpg
Note: For the map image.

The Departure of Vasco da Gama for Índia in 1497, by Alfredo Roque Gameiro, circa 1900.
(Image courtesy of the National Library of Portugal via Wikimedia Commons).

Vasco da Gama
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama
and
Vasco da Gama, anonymous portrait, c. 1525
https://en.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama#/media/File:Ignoto_portoghese,_ritratto_di_un_cavaliere_dell’ordine_di_cristo,_1525-50_ca._02.jpg
Note: For his portrait, and the image above.

Pedro Álvares Cabral
https://en.wikipedia.org/wiki/Pedro_Álvares_Cabral
and
https://en.wikipedia.org/wiki/Pedro_Álvares_Cabral#/media/File:Pedro_Álvares_Cabral.jpg
Note 1: From the description, “Detail of painting “Vaz de Caminha reads to Commander Cabral, Friar Henrique and Master João the letter that will be sent to King Dom Manuel I”. It depicts Pedro Álvares Cabral, leader of the Portuguese expediction that discovered the land that would later be known as Brazil in 1500.”
Note 2: For his contemporary portrait, circa 1900.

Ferdinand Magellan
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Magellan
and
Half-length portrait of a bearded Ferdinand Magellan
(circa 1480-1521) facing front.
https://en.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Magellan#/media/File:Ferdinand_Magellan.jpg
Note: For his portrait.

Starting in 1500… the Coutinhos As New World Colonizers

(8) — one record

Bibliothèque Nationale de France, via Wikimedia
Map of Brazil in the Miller Atlas of 1519,
by Lopo Homem
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Brazil_16thc_map.jpg
Note: The file name is, Brazil 16thc map.jpg

Old Brazil: From Colonial Captaincies to The First Republic

(9) — nine records

Portugal
https://en.wikipedia.org/wiki/Portugal
Note: For the text.

Captaincy of Bahia
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincy_of_Bahia
Note: For the text.

Fernando Pessoa
https://en.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
Note: For the reference.

Colonial Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/Colonial_Brazil
Note: For the text.

The National Museum of Denmark, via the Kahn Academy
Series of Eight Figures, by Albert Eckhout, 1641
by Rachel Zimmerman
https://pl.khanacademy.org/humanities/art-americas/new-spain/colonial-brazil/a/albert-eckhout-series-of-eight-figures
Note: For the artwork and text.

Captaincies of Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincies_of_Brazil
Note: For the text.

Francisco Pereira Coutinho
https://ancestors.familysearch.org/pt/LYPV-1X2/francisco-pereira-coutinho-1450-1549

História do Rio para todos
Mapa de Capitanias Hereditarias
by Luiz Teixeira, circa 1574
https://historiadorioparatodos.com.br/timeline/1534-capitanias-hereditarias/km_c258-20190503153124-6/
Note: From the Collection of the Ajuda Library Foundation, Lisbon.

O Globo | Cultura
De mapas manuscritos a pintura, livro reúne imagens da Bahia entre os séculos XVII e XIX nunca antes publicadas num único volume

by Nelson Vasconcelos
https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/11/17/de-mapas-manuscritos-a-pintura-livro-reune-imagens-da-bahia-entre-os-seculos-xvii-e-xix-nunca-antes-publicadas-num-unico-volume.ghtml
Note: For the image, The Town of Cachoeira in the Province of Bahia.

The Coutinho Family and The Oliveira Family Immigrate to Brazil

(10) — seven records

Captaincy of Bahia
https://en.wikipedia.org/wiki/Captaincy_of_Bahia
Note: For the text about Manuel Pereira Coutinho.

Die Inquisition in Portugal by Jean David Zunner (1685), via Wikipedia at: https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Inquisition#/media/File:1685_-_Inquisição_Portugal.jpg
Note: For the above image, Copper engraving of an auto de fé in Portugal.

History of the Jews in Brazil
https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_Jews_in_Brazil
Note: For the text.

Wikitree
de Oliveira of Paraíba, Brazil
https://www.wikitree.com/wiki/Space:De_Oliveira%27s_of_Paribia%2C_Brazil
Note: For the text under the subhead, History of Northeastern Brazil

University of St. Andrews
Where we find new old books, chapter 4:
William Creech and a new first edition of Adam Smith’s Wealth of Nations

https://university-collections.wp.st-andrews.ac.uk/2015/12/15/where-we-find-new-old-books-chapter-4-william-creech-and-a-new-first-edition-of-adam-smiths-wealth-of-nations/
Note: For the book frontispiece photograph.

Smithsonian Magazine
Sugar Masters in a New World
by Heather Pringle
https://www.smithsonianmag.com/history/sugar-masters-in-a-new-world-5212993/
Note: For the background top image.

Sugar Mill in Pernambuco
by Franz Post, 17th century
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frans_Post_-_Engenho_de_Pernambuco.jpg
Note 1: File name is, Frans Post – Engenho de Pernambuco.jpg
Note 2: For the background bottom image.

Historically, Why Were The Portuguese Attracted to Brazil?

(11) — nine records

Brazilian propaganda poster incentivizing
Italian immigration to Rio de Janeiro, 1870s.

https://www.reddit.com/r/PropagandaPosters/comments/1iio0a3/brazilian_propaganda_poster_incentivizing_italian/
Note: For the poster artwork.

Estado de São Paulo Brazil O Immigrante (Europa-Santos) 1908
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Estado_de_São_Paulo_Brazil_O_Immigrante_(Europa-Santos)_1908.jpg#/media/Ficheiro:Estado_de_São_Paulo_Brazil_O_Immigrante_(Europa-Santos)_1908.jpg
Note: For the poster artwork.

Japanese Brazilian emigration propaganda poster
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Affiche_émigration_JP_au_BR-déb._XXe_s..jpg
Note: For the poster artwork.

Family Search
Portugal Emigration and Immigration
https://www.familysearch.org/en/wiki/Portugal_Emigration_and_Immigration
Note: For the data.

Derived from:
Instituto de Ciências Sociais de Universidade de Lisboa
The “Brasileiro”: a 19th century transnational social category
Chapter 10
by Isabel Corrêa da Silva
https://www.ics.ulisboa.pt/books/book1/ch10.pdf
Note: This is .pdf file of chapter 10.

Get Lisbon
The Tragic Earthquake of 1755
https://getlisbon.com/discovering/earthquake-of-1755/
Note: For the engravings made two years after the 1755 Lisbon Earthquake by the French artist Jacques Philippe Le Bas, 1757.

IMDB
Carmen Miranda
Portrait photograph by the Donaldson Collection/Getty Images
https://www.imdb.com/name/nm0000544/mediaviewer/rm3875448065?ref_=ext_shr_eml
and
https://www.imdb.com/title/tt0034273/mediaviewer/rm3703311617?ref_=ext_shr_eml
Note: For her photograph, and the movie poster.

Portuguese Brazilians
https://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Brazilians
Note: For the text.